Senadora dos EUA questiona JBS sobre doações para fundo de posse de Trump

Por Leah Douglas

WASHINGTON (Reuters) - A senadora norte-americana Elizabeth Warren está pressionando a empresa brasileira JBS SA a explicar sua doação de US$5 milhões para o Comitê de Posse Trump-Vance e se o dinheiro envolveu a recente aprovação do governo Trump de sua listagem na Bolsa de Valores de Nova York.

A JBS, maior empresa de carnes do mundo, recebeu em abril aprovação da Comissão de Valores Mobiliários para listar suas ações no Brasil e em Nova York, após anos de tentativas. A doação da empresa para as festividades de posse do presidente Donald Trump em janeiro foi a maior de todos os doadores.

Warren, uma democrata, perguntou à empresa em uma carta se ela ou sua subsidiária avícola Pilgrim's Pride haviam se comunicado com Trump ou sua equipe sobre as doações ou a aprovação da listagem.

Warren, que faz parte do Comitê Bancário do Senado, observou que o Departamento de Justiça tem duas investigações civis em andamento sobre a Pilgrim's Pride, incluindo sobre como ela paga seus agricultores e por questões antitruste.

"Suas grandes doações e participação direta em políticas federais e ações de fiscalização, e a série de ações do governo Trump que beneficiam suas empresas levantam sérias preocupações sobre um possível acordo quid-pro-quo", disse Warren na carta, que foi enviada à empresa na segunda-feira e relatada pela primeira vez pela Reuters.

A JBS não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Os acionistas da empresa votarão sobre sua listagem na NYSE em 23 de maio. Grupos ambientalistas criticaram a listagem, citando preocupações sobre o desmatamento da Amazônia para a produção de gado e as emissões de gases de efeito estufa da empresa.

Em fevereiro, a JBS concordou em pagar US$83,5 milhões para resolver as alegações antitruste de que conspirou com outros frigoríficos para manter os preços da carne artificialmente altos.

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