Trump visita Capitólio para tentar consertar divisões sobre legislação tributária

Por David Morgan e Bo Erickson

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi ao Capitólio nesta terça-feira para incentivar parlamentares republicanos a resolverem suas diferenças em relação a um projeto de lei abrangente de corte de impostos que engloba grande parte de sua agenda doméstica.

Várias alas da maioria republicana na Câmara dos Deputados têm expressado insatisfação com a legislação e ainda podem bloquear sua aprovação na Casa. Trump reconheceu essas preocupações, mas previu que o projeto acabará sendo aprovado.

"Não é uma questão de resistência. Temos um partido tremendamente unido", disse Trump a repórteres ao chegar no Capitólio.

Ele disse que os parlamentares republicanos que votarem contra o projeto podem "possivelmente" enfrentar desafios em suas primárias antes das eleições de meio de mandato do próximo ano.

O projeto de lei estenderia os cortes de impostos implementados por Trump em 2017, que foram sua principal conquista legislativa no primeiro mandato, e também acrescentaria isenções fiscais sobre a renda proveniente de gorjetas e de horas extras, que fizeram parte de suas promessas de campanha.

Analistas independentes dizem que a medida pode acrescentar de US$3 trilhões a US$5 trilhões à dívida de US$36,2 trilhões do governo federal.

Trump tentará unificar a maioria republicana da Câmara dos Deputados, que é de 220 a 213, incluindo a ala conservadora ansiosa por cortes profundos nos gastos, moderados preocupados em proteger programas e parlamentares que desejam proteger a capacidade de seus eleitores de deduzir impostos estaduais e locais.

"O presidente vai incentivar todos nesta manhã a se alinharem e votarem", disse o presidente da Câmara dos Deputados, Mike Johnson, antes da chegada de Trump.

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Os republicanos estão buscando manobras parlamentares para contornar as objeções dos democratas, que afirmam que o projeto de lei beneficia desproporcionalmente os mais ricos e que afetará profundamente programas sociais.

"Acho que ele incentivará as pessoas a se unirem e acho que será um discurso otimista... Estou feliz que ele esteja vindo", disse o deputado republicano Ralph Norman, da Carolina do Sul, um dos poucos que votaram contra o projeto na sexta-feira.

Johnson pretende aprovar a medida até quinta-feira, antes do fim de semana do feriado do Memorial Day, preparando o terreno para que o Senado a aprove no próximo mês.

Sobre os republicanos pesa uma decisão da agência Moody's, que na semana passada retirou do governo federal sua maior nota de crédito. Ela citou o fato de vários governos e o Congresso não terem conseguido lidar com a crescente dívida do país.

Até o momento, o Congresso, controlado pelos republicanos, não rejeitou nenhuma das solicitações legislativas de Trump.

Se a Câmara aprovar o projeto de lei, o Senado terá que trabalhar para aprovar um projeto partidário que pode sair significativamente diferente do da Câmara.

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Os republicanos controlam o Senado por uma margem de 53 a 47 e pelo menos um conservador, o senador Josh Hawley, do Missouri, já manifestou reservas com relação às disposições da Câmara sobre o programa de saúde para pessoas de baixa renda Medicaid.

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