Próximo orçamento da UE tem que ser mais flexível e ter novas receitas, diz von der Leyen

Por Jan Strupczewski

BRUXELAS (Reuters) - O próximo orçamento da União Europeia, que pagará pelas políticas da UE em 2028 a 2034, tem que ser mais flexível, mais focado e financiado por novas receitas para pagar o empréstimo conjunto da UE para o fundo de pandemia, disse a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Suas falas dão início ao debate mais difícil e acirrado na UE, que coloca os ricos contribuintes do orçamento da Europa contra os beneficiários mais pobres e os setores tradicionais, como a agricultura, e contra a necessidade de desenvolver novas tecnologias de ponta.

Falando em uma conferência sobre orçamento, Ursula von der Leyen disse que o bloco terá que repensar a maneira como constrói seu orçamento, que vale pouco mais de 1% do PIB da UE, para se adaptar às mudanças drásticas ocorridas no mundo nos últimos anos.

Von der Leyen apontou o aumento das tensões geopolíticas, a guerra comercial global, os eventos climáticos extremos causados pelas mudanças climáticas e a revolução tecnológica desencadeada pela inteligência artificial como novos desafios para o orçamento da UE.

"O novo normal é tudo menos normal", disse ela.

Ao mesmo tempo em que destacou a importância do apoio orçamentário da UE para os agricultores e as regiões da UE que agora recebem em conjunto dois terços do dinheiro da UE, von der Leyen também enfatizou a necessidade de dinheiro da UE para financiar as prioridades do grupo que mudam com as alterações globais.

Ela observou que, no atual orçamento da UE para 2021-2027, 90% do total de 1,2 trilhão de euros já foi rigidamente atribuído quando o orçamento foi negociado em 2019 e 2020. O próximo orçamento terá que ser muito mais flexível, disse ela.

"Pense em novas tecnologias como a Inteligência Artificial (IA). Quando o orçamento atual foi negociado, pensávamos que a IA só se aproximaria do raciocínio humano por volta de 2050. Agora esperamos que isso aconteça já no próximo ano", disse ela.

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"Nosso orçamento de amanhã precisará responder rapidamente. Pense em desastres naturais como tempestades, inundações e ondas de calor. Ninguém pode prever onde ou quando ocorrerá o próximo", disse ela.

(Reportagem de Jan Strupczewski)

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