Governo central tem superávit primário de R$17,782 bi em abril com ganhos de arrecadação

BRASÍLIA (Reuters) - O governo central registrou superávit primário de R$17,782 bilhões em abril, diante de uma arrecadação mais forte, ante um saldo positivo de R$11,585 bilhões no mesmo mês de 2024, informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira.

O resultado, que compreende as contas de Tesouro, Banco Central e Previdência Social, foi melhor do que o esperado pelo mercado, conforme pesquisa da Reuters, que apontava para um superávit de R$15,9 bilhões no mês.

O desempenho do mês foi decorrente de um aumento real de 5,1% na receita líquida -- que exclui transferências para governos regionais -- e uma alta real de 2,5% nas despesas totais em comparação com abril de 2024.

A elevação nas receitas foi influenciada por um aumento real de 3,3% nas receitas administradas pela Receita Federal, que englobam a coleta de impostos de competência da União. Entre os principais ganhos estão uma alta de 18,2% na coleta de Imposto de Importação, de 6,4% do Imposto de Renda e de 10,2% de Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL).

Já as receitas não administradas pela Receita subiram 18,2%, puxadas por altas em dividendos e participações e exploração de recursos naturais.

Do lado das despesas, a alta foi resultado de maiores desembolsos de benefícios previdenciários (+2,4%) e Benefício de Prestação Continuada (BPC, +9,9%) .

No acumulado dos primeiros quatro meses deste ano, o governo central registrou um superávit primário de R$72,360 bilhões. No mesmo período em 2024, foi registrado um saldo positivo de R$31,756 bilhões.

A meta de resultado primário para 2025 é de déficit zero, com tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto, o que corresponde a cerca de R$31 bilhões.

A equipe econômica anunciou na semana passada uma contenção orçamentária de R$31,3 bilhões de reais para cumprir regras fiscais, também apresentando uma série de elevações de alíquotas de IOF para evitar um corte ainda maior de verbas.

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Parte do decreto de aumento de imposto foi revertida, mas o governo segue enfrentando resistências políticas e do mercado à iniciativa. Eventual reversão adicional da medida, que tem arrecadação estimada em cerca de R$20 bilhões neste ano, tende a comprimir ainda mais as contas do governo.

(Por Bernardo Caram)

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