Casas Bahia negocia com credores antecipação de conversão de dívida

SÃO PAULO (Reuters) -A Casas Bahia anunciou na noite da quinta-feira que está em negociações "avançadas" com credores para antecipar de outubro para este mês uma conversão de dívida de R$1,57 bilhão em ações da rede de varejo. A transação prevê forte diluição dos acionistas atuais.

A operação, envolvendo debêntures da segunda série da décima emissão, se fosse realizada na quinta-feira, produziria a emissão de 328,95 milhões de novas ações da empresa, o equivalente a 77,58% do capital da Casas Bahia, afirmou a companhia em fato relevante ao mercado.

A antecipação da conversão já tem apoio de 99,99% dos credores da segunda série da emissão, segundo a empresa. A décima emissão representa uma dívida de R$4,55 bilhões.

Além disso, a Casas Bahia discute com os credores da primeira série um "reperfilamento", adiando em um ano o pagamento de juros de novembro de 2026 e alterando o cronograma de amortização para que ocorra em quatro parcelas anuais com vencimentos entre 2026 e 2029.

Segundo a Casas Bahia, o remanejamento dos pagamentos das parcelas da primeira série foi discutido com mais da metade dos detentores desses títulos, "os quais manifestaram sua intenção de aprovar" a alteração.

A companhia também negocia com os credores da décima emissão de debêntures autorização para promover "eventos de liquidez" em um período de 12 meses e que parte dos recursos não sejam usados para pagamento da dívida.

"Caso concedida, a autorização permitirá que a companhia avalie a realização de determinadas operações estratégicas utilizando o caixa delas oriundas, até o limite de R$500 milhões, para o crescimento e aprimoramento de suas operações, ao invés do serviço de dívidas", afirmou a Casas Bahia no fato relevante.

Segundo a empresa, o conselho de administração deverá votar o plano de "transformação da estrutura de capital" em 12 de junho.

A companhia tem um valor acumulado de pagamentos da emissão das debêntures de R$4,55 bilhões entre 2026 e 2030 e se o plano for aprovado o valor será reduzido para R$2,98 bilhões. Nenhum pagamento de juros seria feito entre este ano e 2026, com a amortização começando em 2027 com R$336 milhões, valor que crescerá para R$1,31 bilhão em 2030, segundo apresentação da Casas Bahia.

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Além disso, os debenturistas da série 2 seriam donos de 78% da empresa após a conversão e os acionistas atuais que detêm 100% seriam diluídos para 22%.

(Por Alberto Alerigi Jr., edição Michael Susin)

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