Ações da Boeing caem após acidente da Air India reacender receios sobre segurança

Por Nathan Gomes e Shashwat Chauhan

(Reuters) - A queda de um jato 787-8 Dreamliner da Air India nesta quinta-feira, minutos após sua decolagem, representa mais um desafio para a Boeing, cujo novo presidente tem tentado recuperar a confiança após uma série de problemas de segurança e produção.

A causa do acidente ainda não está clara. O avião, que seguia com destino a Londres, caiu na cidade de Ahmedabad, no oeste da Índia, de acordo com autoridades, no pior desastre aéreo do mundo em uma década.

A tragédia, que matou a maioria das 242 pessoas a bordo, complica os esforços do CEO da Boeing, Kelly Ortberg, para deixar os problemas recentes para trás, após a fabricante de aviões alcançar metas de produção em maio e receber um voto de confiança de executivos do setor nos últimos meses.

As ações caíam cerca de 4,9% nesta quinta-feira. A Boeing disse que está ciente dos primeiros relatos e que trabalha para reunir mais informações.

Antes do acidente, executivos de aéreas vinham demonstrando maior confiança na retomada das entregas da Boeing e na liderança de Ortberg, após anos de danos à reputação da empresa.

Em uma cúpula recente em Nova Délhi, os executivos se mostraram mais otimistas em relação às crises da Boeing envolvendo segurança e regulação.

Os aviões de fuselagem larga 787, uma das aeronaves de passageiros mais modernas em operação, nunca haviam registrado um acidente fatal até o incidente da Air India. Eles foram aterrados em 2013 devido a problemas com bateria, mas não houve registro de feridos na ocasião.

"É uma reação instintiva (ao incidente) e há temores renovados sobre os problemas que afetaram as aeronaves da Boeing e a própria Boeing nos últimos anos", disse Chris Beauchamp, analista do IG Group.

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Os jatos 737 MAX da Boeing, de corredor único, foram impedidos de voar por anos após dois acidentes fatais e têm enfrentado anos de fiscalização e atrasos na produção.

No ano passado, a fabricante de aviões voltou a ser alvo de críticas após um pedaço da fuselagem de um 737 MAX 9 se soltar em pleno voo, o que levou a um aterramento temporário pela FAA e reacendeu preocupações sobre controle de qualidade.

(Reportagem de Shashwat Chauhan, Nathan Gomes e Purvi Agarwal em Bengaluru e Shankar Ramakrishnan em Nova York)

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