Ibovespa recua com bancos após rondar máxima histórica; Vale sobe

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta quarta-feira, trabalhando abaixo dos 139 mil pontos após flertar com os 140 mil pontos mais cedo na sessão, conforme a piora das ações dos bancos prevalecia sobre o desempenho robusto de papéis de mineração e siderurgia.

Por volta de 11h35, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, caía 0,61%, a 138.691,8 pontos, após marcar 140.048,83 pontos -- perto do topo histórico de 140.381,93 pontos. Na mínima, foi a 138.383,54 pontos.

O volume financeiro somava R$6,49 bilhões.

A mudança de sinal do Ibovespa refletiu principalmente o enfraquecimento das ações de empresas atreladas à economia doméstica, com agentes também ainda receosos com a capacidade do governo de avançar com uma agenda fiscal.

"O governo foi ao STF tentar recuperar o IOF, elevando a temperatura institucional. O embate com o Congresso entra numa nova fase — e o investidor sente o cheiro de incerteza no ar", observou a equipe da Genial Investimentos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira em entrevista à TV Bahia, afiliada da TV Globo, que não havia outra saída que não judicializar a questão do Imposto sobre Operações Financeiras.

Ele afirmou que teve de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a derrubada do decreto presidencial do IOF pelo Congresso para poder governar.

No exterior, a sessão era de alta de commodities como o minério de ferro e o petróleo, enquanto Wall Street não tinha uma direção única, com dados da ADP sobre mercado de trabalho ocupando as atenções.

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DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN caía 1,08%, enquanto BRADESCO PN recuava 2%, SANTANDER BRASIL UNIT cedia 2,58% e BANCO DO BRASIL ON era negociada em baixa de 1,23%. Investidores também repercutiam notícia de que a C&M Software, prestadora de serviços de tecnologia a instituições financeiras sem infraestrutura de conectividade, sofreu ataque à sua infraestrutura tecnológica.

- VALE ON avançava 3,92%, favorecida pela alta dos preços futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 1,69%. A Vale também divulgou redução de sua estimativa de produção de aglomerados de minério de ferro em 2025.

- CSN ON valorizava-se 5,59%, acompanhando o desempenho mais positivo do setor no exterior após a Associação de Ferro e Aço da China propor restringir as exportações de determinados produtos siderúrgicos. USIMINAS PN mostrava alta de 4,63%, CSN MINERAÇÃO ON ganhava 2,22% e GERDAU PN registrava acréscimo de 4,25%.

- PETROBRAS PN subia 0,41%, endossada pelo avanço dos preços do petróleo no exterior onde o barril do Brent tinha elevação de 0,46%. Analistas do JPMorgan também elevaram suas previsões para o Ebitda ajustado da Petrobras em 2025 de US$41,383 bilhões para US$41,537 bilhões para refletir os preços do petróleo no segundo trimestre do ano.

- LOCALIZA ON recuava 4,65%, após três altas seguidas, acompanhando o viés mais negativo de papéis "domésticos". O conselho de administração da empresa de locação de veículos e gestão de frotas também aprovou na véspera submissão a acionistas em assembleia em 1º de agosto de 2025 do plano de incorporação da sua subsidiária Locamerica.

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