Inflação das famílias de menor renda supera 8% em 12 meses
O Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) desacelerou de 2% em janeiro para 0,83% em fevereiro, mas em 12 meses a inflação medida pelo indicador saiu de 7,66% para 8,06%, de acordo com a FGV (Fundação Getúlio Vargas). O IPC-C1 apura a inflação para as famílias que ganham até 2,5 salários mínimos mensais e, com o resultado, acumulou alta de 2,85% no primeiro bimestre.
No mês passado, o fim do efeito dos reajustes de energia elétrica, gasolina e passagem de ônibus permitiu a desaceleração do indicador, que subiu menos que a inflação geral medida pelo IPC-BR, de 0,97%. Por causa desses itens, em janeiro o IPC-C1 teve a maior alta para o mês em 11 anos.
Em fevereiro, seis das oito classes de despesa que compõem o IPC-C1 registraram taxas menores. O grupo alimentação saiu de alta de 1,97% para 0,74%, graças principalmente às hortaliças e legumes (16,31% para 3,96%). Transportes cedeu de 5,38% para 2,11%, por causa da tarifa de ônibus urbano (8,88% para 1,13%) e habitação teve inflação menor (de 2,02% para 0,78%) porque foi menos pressionada pela tarifa de eletricidade residencial (8,88% para 1,08%).
Outros grupos a desacelerar foram educação, leitura e recreação (3,02% para 0,33%), despesas diversas (2,21% para 1,19%) e comunicação (0,26% para 0,19%), em que se destacaram os cursos formais (10,51% para 0,05%), cigarros (3,46% para 1,87%) e pacotes de telefonia fixa e internet (0,97% para -0,03%), respectivamente.
Em contrapartida, saúde e cuidados pessoais (0,02% para 0,49%) e vestuário (-0,40% para 0,05%) tiveram variações mais altas por causa de artigos de higiene e cuidado pessoal (-1,00% para 0,48%) e roupas (-0,67% para -0,13%), respectivamente.
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