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Brasil puxa primeiro prejuízo da história da Kirin

15/02/2016 14h06


Dona das marcas Schin, Cintra e Devassa no Brasil, a japonesa Kirin encerrou o ano de 2015 com prejuízo líquido de 47,33 bilhões de ienes (US$ 419,8 milhões), ante ganhos de 32,39 bilhões de ienes nos 12 meses anteriores. É o primeiro ano de perdas para a companhia desde sua listagem na bolsa de Tóquio, em 1949.

A receita líquida ficou praticamente estável em 2,196 trilhões de ienes. O lucro operacional subiu 8,9%, para 124,75 bilhões de ienes.

O principal motivo para o prejuízo foi uma baixa contábil de 123,38 bilhões de ienes (US$ 1,09 bilhão), sendo que a unidade brasileira respondeu por 110 bilhões de ienes - ou 89% do total. A companhia teve de revisar as estimativas de retorno de investimento no Brasil, onde entrou em 2011, devido à queda no volume de vendas, aumento da competição e a variação cambial. Em dezembro de 2014, a quarta maior cervejaria do país (atrás de Ambev, Petrópolis e Heineken) havia alertado para a necessidade de fazer uma grande baixa contábil.

A Brasil Kirin reportou recuo de 25,4% nas receitas em 2015, para 134,2 bilhões de ienes, segundo o relatório de resultados publicado nesta segunda-feira. "A Brasil Kirin tem tomado medidas para recuperar as vendas em regiões e canais de produtos em que é mais forte, aumentou preços e usou eficientemente as despesas com vendas para melhorar a rentabilidade, embora o volume de vendas e o lucro operacional tenham caído significativamente", informou o grupo.

A unidade brasileira enfrenta um ambiente bastante competitivo e queda de volume de vendas, ao mesmo tempo em que os efeitos cambiais aumentaram o custo das matérias-primas, levando a uma revisão para baixo da projeção de lucro. Como resultado, foi reportada a baixa contábil, explicou a companhia. Para 2016, a estimativa é de vendas de 114,3 bilhões de ienes no Brasil, queda de 14,8% sobre o ano anterior.

As estratégias de vendas e de produto são revisadas no Brasil desde agosto, com prioridade para a contenção da queda no volume de vendas de cerveja e refrigerantes. A marca Schin foi renovada e a companhia informou que trabalha para reforçar as redes de vendas e que começou a implementar medidas para aumento da eficiência.

A Kirin prevê receitas de 2,14 trilhões de ienes em 2016, o que corresponderia a queda de 2,6% sobre o ano anterior. O lucro operacional é estimado em 125 bilhões de ienes, alta de 0,2%. O lucro líquido será positivo em 60 bilhões de ienes neste ano, prevê o grupo japonês.