Juro real cai para 7%, menor patamar desde abril de 2014
A queda das taxas de juros de mercado nesta terça-feira puxa o juro real para a casa dos 7%, menor patamar desde abril de 2014. Essa taxa, que é a que realmente importa em termos de política monetária, é calculada como swap de juros de 360 dias, que opera na casa de 14,30%, descontada a inflação esperada para os próximos 12 meses, que está em 6,81%.
Quanto menor o juro real, menos restritiva a política monetária. Desde que o Comitê de Política Monetária (Copom) optou pela estabilidade da Selic, o juro real está recuando. Em novembro, quando a Selic foi mantida em 14,25% ao ano, a taxa real estava ao redor de 8,9%.
O recente movimento de queda do juro real decorre tanto da queda do swap 360, que chegou a operar na linha de 16%, quanto da inflação estimada em 12 meses, que já esteve pouco acima de 7%.
Com juro real caindo e inflação e expectativas longe da meta, o BC teria de subir a Selic para retomar o grau de aperto monetário da economia. No entanto, uma interpretação possível para a atual estratégia de manutenção da Selic é que a maioria dos membros do Copom trabalha com uma forte queda da inflação. Se tal quadro se confirmar e a Selic permanecer, de fato, em 14,25%, haverá uma elevação do juro real, deixando a política monetária em campo restritivo. Por ora, isso ainda não se verificou.
Na ata da reunião de janeiro, a ala majoritária do BC apontou que a elevação das incertezas domésticas e, principalmente, externas, justificaria continuar monitorando o cenário macroeconômico para, então, definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária.
Para estes membros, disse o documento, é necessário acompanhar os impactos das recentes mudanças nos ambientes doméstico e externo no balanço de riscos para a inflação o que, combinado com os ajustes já implementados na política monetária, pode fortalecer o cenário de convergência da inflação para a meta de 4,5%, em 2017.
Os dois diretores que votaram por elevação imediata da Selic, justificaram a posição como uma forma de reduzir os riscos de não cumprimento dos objetivos do regime de metas para a inflação e reforçar o processo de ancoragem das expectativas inflacionárias.
Outra forma de ver essa taxa é estimar o juro real imediato. Nesse caso, considera-se a Selic de 14,25%, descontada do último dado oficial de inflação disponível, o IPCA de janeiro, de 10,71% em 12 meses. Disso resulta um juro real de 3,2%.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.