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Ibovespa sobe 2% e dólar sai abaixo de R$ 4 com alta do petróleo

17/02/2016 14h00


A recuperação do petróleo traz mais um dia de fôlego aos ativos de risco no mundo. Em reação, o Ibovespa sobe e o dólar cai. As taxas de juros também recuam.

O mercado também aguarda o Federal Reserve, que divulga à tarde a ata de sua última reunião de política monetária, ocorrida em janeiro, quando o BC dos EUA manteve os juros estáveis. Na ocasião, o Fed disse que estava "monitorando de perto" os desdobramentos na economia global e no setor financeiro.

Bolsa

O Ibovespa engata sua quarta alta seguida, ao acompanhar o bom humor internacional. O indicador subia 2,09% às 13h52, para 41.803 pontos, puxado Oi e por ações de empresas que vendem commodities.

O economista-chefe da INVX Global, Eduardo Velho, diz que os mercados têm uma recuperação de curto prazo, baseada na alta do petróleo e em indicações de estímulos dadas por economias relevantes. O Japão, em 29 de janeiro, adotou taxa de juro negativa. Além disso, no dia 15 de fevereiro o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, afirmou que o BCE pode revisar e possivelmente reconsiderar sua política no encontro de março.

Oi ON dispara, com alta de 11%. Segundo o Valor, o fundo Letterone poderá propor a capitalização de US$ 4 bilhões da Oi, mesmo sem a Tim. O projeto principal ainda é consolidar o setor de telefonia no país e esta seria uma alternativa.

Ainda entre os destaques positivos estão CSN (6,54%), Usiminas PNA (6,38%), Gerdau PN (5,85%), Gerdau Metalúrgica PN (5,7%), Vale ON (4,08%) e Petrobras ON (3,49%). O setor de mineração sobe na Europa, depois que a Glencore anunciou um refinanciamento de US$ 8,45 bilhões com bancos.

Câmbio

O dólar opera em forte queda ante o real, em sintonia com o exterior, onde a moeda americana perde força ante outras divisas de risco, em meio a um dia marcado por altas das bolsas de valores e do petróleo.

O apetite por risco é ditado pela alta de mais de 2% dos preços do barril do petróleo. Investidores voltam a colocar fichas na possibilidade de grandes exportadores e produtores da commodity chegarem a um acordo para reduzir a oferta do óleo, o que poderia dar sustentação aos preços.

Os movimentos do petróleo têm sido um importante termômetro de risco no mundo nos últimos meses, uma vez que dão indicações sobre a saúde da economia global. O quadro, contudo, segue frágil e sujeito a muita volatilidade.

Às 13h52, o dólar comercial caía 1,84%, para R$ 3,9935, devolvendo a alta de 1,80% de ontem.

No exterior, o dólar cedia 0,55% contra o peso mexicano, 0,38% frente à lira turca e 0,81% na comparação com o rand sul-africano.

Juros

As taxas futuras de juros seguem em baixa na BM&F nesta quarta-feira, atingindo mínimas não vistas em quase seis meses. Com isso, o mercado consolida a migração das apostas de alta para estabilidade da Selic ao longo deste ano, cerca de um mês após o início desse movimento.

O DI abril de 2016 - que reflete as apostas para o movimento da Selic no encontro do Copom de março - tinha taxa de 14,150% ao ano, ante 14,165% no ajuste anterior. Com isso, a curva projeta 88% de probabilidade de Selic estável no próximo mês. Ontem, essa precificação era de 76%. No fim da semana passada, de 53%.

O DI janeiro de 2017 - que indica as apostas para o patamar da Selic ao fim de 2016 - recuava a 14,205%, contra 14,280% no ajuste anterior. Na mínima, a taxa foi a 14,170%, menor patamar desde 31 de agosto do ano passado (14,100%).

O DI janeiro de 2021 recuava a 15,820%, contra 16,020% no ajuste da véspera. A queda mais forte nas taxas longas se deve tanto a um ajuste ao reposionamento das apostas na ponta curta quanto ao ambiente externo mais positivo nesta quarta-feira, o que beneficia ativos emergentes.