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Juros futuros recuam na BM&F com ajuste de apostas para o Copom

29/02/2016 16h55

As taxas dos contratos futuros de juros recuaram nesta segunda-feira na BM&F refletindo o ambiente de menor aversão a risco no exterior e o ajuste de posições para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 1º e 2 de março, com o mercado apostando na estabilidade da taxa Selic.

O DI para janeiro de 2017 recuou de 14,225% para 14,18% no fechamento do pregão regular, enquanto o DI para janeiro de 2018 caiu de 14,68% para 14,59%. E o DI para janeiro de 2021 teve queda de 15,74% para 15,62%.

O movimento da curva de juros se dá a dois dias da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic. A curva embute 87% de probabilidade de estabilidade do juro em 14,25% ao ano.

Os mercados começaram uma intensa reprecificação em janeiro, quando o Banco Central surpreendeu ao sinalizar estabilidade da Selic um dia antes do anúncio da decisão. Desde então, o BC tem repetido que o cenário externo e a recessão econômica doméstica, além do efeito estatístico e de menores reajustes de preços administrados, vão ajudar a desinflacionar a economia ainda neste semestre em até 2 pontos percentuais.

Apesar da redução de 6% a 6,5% estimada pelo governo para a conta de luz em abril, quando deixará de vigorar a cobrança extra na tarifa de energia elétrica, as projeções para a inflação tiveram apenas um pequeno recuo na Pesquisa Focus, divulgada hoje. A mediana da projeção para o IPCA caiu de 7,62% para 7,57% para o fim deste ano e ficou estável em 6% para o fim de 2017.

Já a mediana da projeção para taxa Selic para o fim deste ano ficou estável em 14,25% e caiu de 12,63% para 12,50% para o fim de 2017.

Investidores reagiram às especulações sobre a chance de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A presidente não compareceu à festa de 36 anos do PT, ocorrida no sábado, no Rio de Janeiro. A ausência de Dilma reforçou sinais de estremecimento nas relações com o partido e também com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula tornou a se defender das acusações de corrupção envolvendo uma chácara em Atibaia e um tríplex no Guarujá, ambos no Estado de São Paulo.

O Barclays destacou em relatório que a prisão do marqueteiro João Santana, as críticas do PT ao ajuste fiscal do governo e sinais de afastamento dos movimentos sociais aumentariam as chances de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Na ponta mais longa da curva de juros, o ambiente externo de menor aversão a ativos de risco, diante de notícias de medidas de estímulo à economia da China e a recuperação do preço do petróleo, contribuiu para sustentar a queda das taxas de juros com prazos mais longos.