Dólar sobe após manifestações, reagindo a exterior e cena política
Após quatro pregões consecutivos de queda, o dólar fechou em alta frente ao real, reagindo ao movimento de maior aversão a risco no exterior e a notícias sobre a reação do governo após as manifestações de 13 de março. Apesar dos protestos contra a presidente Dilma Rousseff terem surpreendido pela magnitude, o mercado já contabilizava uma manifestação popular maciça contra o governo e espera novos fatos que possam dar força ao processo de impeachment.
O dólar comercial subiu 1,72% e fechou a R$ 3,6509. Já o contrato futuro para abril avançava 1,89% para R$ 3,673.
O mercado de câmbio local acompanhou o movimento no exterior, onde o dólar subiu frente às principais divisas emergentes diante da queda do preço do petróleo e dados mais fracos que o esperado da produção industrial na China, que saíram no fim de semana.
O movimento no mercado local, no entanto, foi acentuado após a matéria publicada pelo jornal "Folha de S. Paulo" de que o Planalto já dá como certo que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve aceitar assumir um ministério no governo e assim garantir a investigação em foro privilegiado, além de poder colaborar na articulação política.
A juíza Maria Priscilla Veiga, da 4ª vara criminal de São Paulo, decidiu que os pedidos de prisão preventiva e de abertura de processo contra o ex-presidente Lula são de competência da Justiça Federal do Paraná, cujas investigações da operação Lava-Jato são conduzidas pelo juiz Sergio Moro.
"O dólar já havia caído muito. Com o apoio popular claro, o mercado precisa agora de notícias concretas que reforcem o impeachment, como novas delações premiadas e se o PMDB vai sair ou não do governo", diz o operador de câmbio da Hencorp Commcor, Cleber Alessie.
Além disso, alguns investidores já começam a ver exageros nos movimentos e aproveitaram hoje para realizar parte dos ganhos. "O Brasil continua na onda do otimismo com o impeachment, mas alertamos que esse otimismo provavelmente é exagerado", aponta o BBH, em nota a clientes.
O mercado também reagiu a declarações do ministro-chefe da Casa Civil, Jacques Wagner, que afirmou hoje que a presidente Dilma Rousseff descartou o uso de reservas internacionais para realizar investimentos, como chegou a propor o PT, mas que ainda avalia usar esses recursos para abater a dívida pública.
As reservas internacionais, que hoje somam, US$ 372,574 bilhões, são vistas como um colchão de liquidez, que ajudam a reduzir a vulnerabilidade externa ao permitir que o Brasil se tornasse credor externo líquido. As reservas também são consideradas um lastro para as operações com contratos de swap cambial, que funcionam como uma venda de dólares no mercado futuro.
Há uma maior cautela no mercado em aumentar as vendas de dólares dada a incerteza sobre as atuações do Banco central no câmbio. Há dúvidas se o BC deve seguir renovando os contratos de swap cambial que estão vencendo se o real voltar a se apreciar, especialmente considerando os impactos desse movimento sobre as contas externas. "Deixar o real se apreciar mais pode arrefecer a contribuição que o setor externo tem dado", afirma Rogério Braga, sócio e gestor da Quantitras.
Segundo Braga, apesar da influencia do cenário político, há fundamentos que apontam para um dólar mais forte. "Com economia americana mostrando sinais de recuperação há espaço para o Federal Reserve seguir com a alta da taxa de juros", diz.
O mercado aguarda nesta a decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto sobre a taxa básica de juros nos Estados Unidos, que será divulgada na quarta-feira.
No mercado local, os investidores aguardam a retomada do julgamento do rito do processo de impeachment pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A partir daí, de acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Casa deverá demorar em torno de 45 dias para analisar o processo. É dentro desse período que o PMDB, principal partido da base aliada do governo, deverá decidir se mantém o apoio à presidente Dilma Rousseff.
O dólar comercial subiu 1,72% e fechou a R$ 3,6509. Já o contrato futuro para abril avançava 1,89% para R$ 3,673.
O mercado de câmbio local acompanhou o movimento no exterior, onde o dólar subiu frente às principais divisas emergentes diante da queda do preço do petróleo e dados mais fracos que o esperado da produção industrial na China, que saíram no fim de semana.
O movimento no mercado local, no entanto, foi acentuado após a matéria publicada pelo jornal "Folha de S. Paulo" de que o Planalto já dá como certo que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve aceitar assumir um ministério no governo e assim garantir a investigação em foro privilegiado, além de poder colaborar na articulação política.
A juíza Maria Priscilla Veiga, da 4ª vara criminal de São Paulo, decidiu que os pedidos de prisão preventiva e de abertura de processo contra o ex-presidente Lula são de competência da Justiça Federal do Paraná, cujas investigações da operação Lava-Jato são conduzidas pelo juiz Sergio Moro.
"O dólar já havia caído muito. Com o apoio popular claro, o mercado precisa agora de notícias concretas que reforcem o impeachment, como novas delações premiadas e se o PMDB vai sair ou não do governo", diz o operador de câmbio da Hencorp Commcor, Cleber Alessie.
Além disso, alguns investidores já começam a ver exageros nos movimentos e aproveitaram hoje para realizar parte dos ganhos. "O Brasil continua na onda do otimismo com o impeachment, mas alertamos que esse otimismo provavelmente é exagerado", aponta o BBH, em nota a clientes.
O mercado também reagiu a declarações do ministro-chefe da Casa Civil, Jacques Wagner, que afirmou hoje que a presidente Dilma Rousseff descartou o uso de reservas internacionais para realizar investimentos, como chegou a propor o PT, mas que ainda avalia usar esses recursos para abater a dívida pública.
As reservas internacionais, que hoje somam, US$ 372,574 bilhões, são vistas como um colchão de liquidez, que ajudam a reduzir a vulnerabilidade externa ao permitir que o Brasil se tornasse credor externo líquido. As reservas também são consideradas um lastro para as operações com contratos de swap cambial, que funcionam como uma venda de dólares no mercado futuro.
Há uma maior cautela no mercado em aumentar as vendas de dólares dada a incerteza sobre as atuações do Banco central no câmbio. Há dúvidas se o BC deve seguir renovando os contratos de swap cambial que estão vencendo se o real voltar a se apreciar, especialmente considerando os impactos desse movimento sobre as contas externas. "Deixar o real se apreciar mais pode arrefecer a contribuição que o setor externo tem dado", afirma Rogério Braga, sócio e gestor da Quantitras.
Segundo Braga, apesar da influencia do cenário político, há fundamentos que apontam para um dólar mais forte. "Com economia americana mostrando sinais de recuperação há espaço para o Federal Reserve seguir com a alta da taxa de juros", diz.
O mercado aguarda nesta a decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto sobre a taxa básica de juros nos Estados Unidos, que será divulgada na quarta-feira.
No mercado local, os investidores aguardam a retomada do julgamento do rito do processo de impeachment pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A partir daí, de acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Casa deverá demorar em torno de 45 dias para analisar o processo. É dentro desse período que o PMDB, principal partido da base aliada do governo, deverá decidir se mantém o apoio à presidente Dilma Rousseff.
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