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Dólar é cotado abaixo de R$ 3,66, com cena política no foco

17/03/2016 09h45

O dólar e os juros futuros desabam logo após a abertura dos negócios desta quinta-feira, após a divulgação de escutas telefônicas de conversas entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff aumentarem a pressão para uma troca de governo.

Às 9h41, o dólar comercial caía 2,21%, para R$ 3,6583. O dólar para abril cedia 2,04%, a R$ 3,6800.

O DI janeiro de 2021 caía a 14,240% ao ano, ante 14,600% no ajuste da véspera. O DI janeiro de 2018 recuava a 13,600%, frente a 13,790% no último ajuste.

Nas taxas mais curtas, as oscilações são mais brandas, com o mercado vendo pouca alteração na política monetária neste ano apesar do cenário político. O DI janeiro de 2017 caía a 13,735%, contra 13,750% no ajuste anterior.

O conteúdo da conversa gravada entre Dilma e Lula provocou clamor no Congresso Nacional pela renúncia da presidente e tornou a levar milhares de pessoas às ruas do país em protesto contra o governo e a favor da saída da presidente.

Na gravação, Dilma fala a Lula sobre um "papel" que o ex-presidente deveria usar apenas "em caso de necessidade". Para a força-tarefa da Lava-Jato, Dilma estaria se referindo ao documento de posse de Lula como ministro-chefe da Casa Civil, que deveria ser mostrado caso o ex-presidente recebesse ordem de prisão. Ainda está marcada para hoje a posse de Lula como ministro.

A articulação entre Dilma e Lula tem sido vista como tentativa de obstrução da Justiça e deu novo fôlego à discussão sobre a saída da presidente do poder. Hoje, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi claro ao dizer que ninguém é imune a investigações, referindo-se à possibilidade de abertura de inquérito contra a presidente Dilma.

O caos político em Brasília se agrava no dia em que o Plenário da Câmara dos Deputados terá sessão para eleger a comissão especial que analisará o processo de impeachment de Dilma. A eleição do presidente e do relator da comissão pode ocorrer ainda nesta quinta-feira ou amanhã. Integrantes da oposição devem incluir a gravação da escuta como prova do crime de responsabilidade no pedido de impeachment e também apresentar uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF).