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Juros futuros recuam devido a cenário político e menor aversão a risco

17/03/2016 16h50

As taxas dos contratos futuros de juros recuaram nesta quinta-feira na BM&F, movimento amparado pelo noticiário político local e o ambiente de menor aversão a risco no exterior. Notícias sobre o vazamento das gravações de conversas telefônicas entre a presidente Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva e a suspensão da posse do ex-presidente como ministro da Casa Civil por meio de liminar ajudaram a reforçar as apostas em um impeachment e levaram euforia aos mercados locais.

O DI para janeiro de 2017 caiu de 13,75% para 13,725%, enquanto o DI para janeiro de 2018 recuou de 13,79% para 13,52%. E o DI para janeiro de 2021 caiu de 14,6% para 14,09%.

A expectativa de uma mudança de governo e, consequentemente da atual política econômica, tem animado os investidores e levado a uma redução dos prêmios de risco.

A tensão do governo se agravou após o vazamento, ontem, das conversas telefônicas entre Lula e Dilma Rousseff, que indicava uma tentativa de influenciar o poder Judiciário a fim de evitar a prisão do ex-presidente.

Hoje pela manhã, o juiz da 4ª Vara de Justiça Federal, Itagiba Catta Preta Neto, porém, suspendeu a posse do ex-presidente como ministro da Casa Civil. O Supremo Tribunal Federal (STF) já recebeu, até o momento, dez ações contra a posse do ex-presidente. O ministro Gilmar Mendes, que já se posicionou contra a nomeação de Lula, é relator de quatro petições.

Para o estrategista da XP Investimentos em Nova York, Daniel Cunha, apesar da mudança do cenário político e da decisão do Banco Central de reduzir a rolagem dos contratos de swap cambial, o BC não deve mudar a estratégia de política monetária. "Achamos que não vai ter alteração da taxa de juros no curtíssimo prazo. As expectativas de inflação estão elevadas, o cenário fiscal é sombrio, e esse cenário político complica muito um julgamento do balanço de risco no curto prazo pelo BC", diz.

A melhora do apetite por ativos de risco, após o Federal Reserve sinalizar um ritmo mais gradual de alta de juros nos Estados Unidos, também contribuiu para a queda das taxas de juros no longo prazo.