Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Dólar cai a R$ 3,59 influenciado por cenário político

22/03/2016 17h50

O dólar fechou em queda frente ao real reagindo a menor aversão a risco no exterior e a notícias políticas no mercado local, que reforçaram as apostas no impeachment da presidente Dilma Rousseff, o que acabou compensado as atuações do Banco Central no mercado de câmbio.

O dólar comercial caiu 0,32%, fechando a R$ 3,5983.

Já o contrato futuro para abril recuava 0,68% para R$ 3,601.

O dólar ampliou a queda frente ao real no início da tarde, após a notícia de que a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber negou, nesta terça-feira, o recurso apresentado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para anular a decisão do ministro do STF Gilmar Mendes, que suspendeu a posse do ex-presidente na Casa Civil. Para a ministra, não cabe habeas corpus nesse caso, que continua com o juiz Sergio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava-Jato.

A notícia, juntamente com a deflagração da 26ª fase da Operação Lava-Jato, animou os mercados e ajudou a reforçar a aposta em uma mudança de governo.

Mais cedo, a venda parcial dos contratos de swap cambial reverso, que equivalem a uma compra futura de dólar, levou a moeda americana a zerar a alta, que chegou a 1,17%.

O BC vendeu 10 mil do lote total de 14.500 contratos ofertados no leilão realizado nesta terça-feira. A mudança da data de início do contrato, de 1º de abril para 23 de março, ajudou a dar mais previsibilidade ao mercado e fez com que a demanda fosse maior que a do leilão realizado na segunda-feira, em que o BC vendeu apenas 5.500 do total de 20 mil contratos ofertados.

A autoridade monetária ainda renovou os 3.600 contratos de swap cambial tradicional - que equivalem a uma venda futura de dólar e são usados tradicionalmente como um hedge cambial - que venceria em abril.

O presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou, nesta terça-feira, que há uma demanda menor por proteção cambial pelos agentes do mercado, o que levou a autoridade monetária a reduzir o volume da rolagem dos contratos de swap cambial tradicional que estão vencendo e a acelerar a redução do estoque nesses instrumentos cambiais, que soma US$ 108,133 bilhões.

Com a redução do volume da rolagem e se mantiver o mesmo ritmo, o BC deve renovar cerca de 75,31% do lote total de US$ 10,092 bilhões em swaps cambiais tradicionais que vencem em abril.

O presidente do BC ainda defendeu que o câmbio é flutuante. "O segredo é acreditar na taxa de câmbio flutuante como a primeira linha de defesa. Não temos uma taxa de câmbio [de preferência] aqui [...] usamos a política monetária para desinflacionar", disse.

Tombini ainda lembrou que o dólar se arrefeceu globalmente.

Lá fora, a moeda americana operava hoje em queda frente às principais moedas emergentes.

A mudança no cenário político tem levado o real a ter um desempenho melhor que seus pares nas últimas semanas.

Para a Nomura Secutirities, ainda há espaço para uma queda maior do dólar caso o impeachment da presidente Dilma se concretize.

Supondo que o risco político fosse eliminado por um impeachment e o real passasse a negociar de acordo com os ?drivers' dos seus pares na América Latina, o câmbio poderia recuar para um patamar entre R$ 3,20 e R$ 3,40.