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Incêndio no Canadá pode afetar suprimento de petróleo no curto prazo

05/05/2016 15h21

Os preços do petróleo sobem nesta quinta-feira diante de riscos inesperados: incêndios florestais na província de Alberta, no Canadá, uma região rica em petróleo com produção a partir de areia betuminosa, e a escalada de tensões na Líbia.

Às 14h10 (de Brasília), o WTI para entrega em junho subia 2,26% para US$ 44,76 o barril na New York Mercantile Exchange. O Brent para julho avançava 1,61% a US$ 45,34 o barril na ICE Futures, em Londres.

O principal foco dos mercados nesta quinta-feira recai sobre o Canadá. O país produz 4,5 milhões de barris por dia. Mais da metade, ou cerca de 2,3 milhões de barris, vem das areias betuminosas, que estão ameaçadas pelos incêndios de grandes proporções.

A consultoria JBC Energy estima que, no momento, os incêndios florestais, que se intensificaram hoje, já resultaram em redução da ordem de 500 mil barris/dia pelo Canadá.

O desastre em Alberta forçou a retirada de 88 mil pessoas na cidade canadense de Fort McMurray, um centro de produção de petróleo, e queimou 1,6 mil estruturas. Segundo autoridades locais, o incêndio tem potencial de destruir quase todo o município de Fort McMurray.

Alguns oleodutos na região estão sendo desligados como precaução e a produção de várias instalações têm sido interrompidas. Como o incêndio ainda está avançando, o declínio do volume ainda não foi calculado.

"A diferença hoje comparado a um ano atrás é que o mercado está começando a precificar as disrupções de suprimento porque, em um momento no qual o mundo está totalmente superabastecido, você não se preocupa tanto com produzir alguns milhares de barris a menos por dia. Ou seja, o mercado está mais sensível a interrupções no suprimento", disse Olivier Jakob, estrategista da Petromatrix.

"Eventos como o do Canadá são um exemplo do que pode se tornar um fator chave neste ano, no caso uma sequência de eventos inesperados de interrupções de suprimento que podem dar suporte aos preços", escreveu David Hufton, analista da PVM Oil Associates.

A Líbia é outro fator de preocupação. A guerra civil no país passa por uma escalada. "A produção da Líbia está encolhendo muito em comparação aos níveis anteriores à guerra civil, quando se situava em torno de 1,4 milhão de barris diários", diz Michael Poulsen, analista da Global Risk Management.