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Juros futuros fecham em alta com IPCA e incertezas no cenário político

06/05/2016 16h51

As taxas dos contratos futuros de juros fecharam a sexta-feira em alta na BM&F, influenciadas pelo dado acima do esperado do IPCA de abril e aumento das incertezas no mercado político local.

O DI para janeiro de 2021 subiu de 12,53% para 12,57%. O DI para janeiro de 2018 avançou de 12,78% para 12,80%. Já o DI para janeiro de 2017 fechou estável a 13,685% no fechamento do pregão regular

O dado do IPCA de abril reforçou a perspectiva de que o Banco Central não tem espaço para cortar a taxa básica de juros no curto prazo. O índice subiu 0,61%, acelerando em relação à alta de 0,43% de março.

Segundo o estrategista do Banco Mizuho do Brasil, Luciano Rostagno, apesar do dado ter surpreendido negativamente, o detalhamento do índice mostra que a alta foi mais concentrada em alguns setores como saúde e comunicação. Além disso, Rostagano destaca que o índice de difusão da inflação caiu de 69,4% para 66,8%.

O estrategista do Mizuho prevê um corte da Selic a partir de outubro, encerrando o ano em 13,25%. "Até lá, a inflação já terá mostrado uma queda consistente e também já devemos ter a troca do comando do BC", afirma Rostagno. O mercado espera a troca da diretoria do Banco Central em um possível governo do vice-presidente Michel Temer.

O noticiário político, no entanto, voltou a preocupar o mercado, sustentando a alta das taxas de juros de prazos mais longos. O receio é de que o avanço das investigações de políticos citados na operação Lava-Jato e o afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara possam atrapalhar os acordos com a base aliada e dificultar a aprovação de medidas de ajuste fiscal.

Hoje a analista da Fitch Ratings reponsável pela nota de crédito do Brasil, Shelly Shetty, afirmou que, se o governo não conseguir reverter a trajetória da dívida, a agência de classificação de risco pode rebaixar o rating do Brasil novamente. Ontem a Fitch cortou a nota de crédito do país de "BB+" para "BB", igualando a avaliação às de Standard and Poor's e Moody's.