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Indicadores de vendas do Dia das Mães têm baixas históricas

09/05/2016 12h36

As vendas do Dia das Mães neste ano tiveram baixas históricas em decorrência da crise econômica. É o que apontam dois indicadores a respeito da data comemorativa do domingo, dia 8, a mais importante do calendário do comércio depois do Natal.

Segundo a Serasa Experian, na semana do Dia das Mães (entre 02 e 08 de maio), as vendas no comércio caíram 8,4% em relação ao período equivalente do ano anterior (de 04 a 10 de maio). Foi o pior desempenho da série histórica, que teve início em 2003. No final de semana (entre 06 e 08 de maio), o recuo foi de 9,5% na comparação com o período equivalente de 2015 (entre 08 e 10 de maio). Na cidade de São Paulo, os recuos foram ainda maiores, de 8,2% e 10,6%, nas mesmas bases de comparação.

"A queda do poder de compra dos brasileiros, tendo em vista a escalada do desemprego e a inflação ainda em patamar elevado, afetou negativamente o movimento varejista no Dia das Mães deste ano", diz comunicado da empresa, que ainda cita o crédito mais caro e escasso como fatores negativos.

Já o recuo nas vendas a prazo foi 16,4% menor entre os dias 1º e 7 de maio em comparação ao período equivalente do ano passado. O dado é calculado pela Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Foi a terceira baixa consecutiva (0,59% em 2015 e 3,55% em 2014) e a maior desde o início da série histórica, em 2010.

"A forte queda no volume de vendas deste ano é reflexo da crise econômica pela qual o Brasil passa, com inflação elevada, altas taxas de juros, aumento do desemprego e o crédito restrito", afirma a economista-chefe da SPC, Marcela Kawauti.

"Esses fatores têm como consequência imediata a menor disponibilidade de renda das famílias para o consumo e a diminuição da disposição para compras parceladas que geram um comprometimento futuro da renda. Uma das principais medidas para salvar as finanças acaba sendo o corte de gastos, inclusive em datas comemorativas importantes." Segundo ela, o resultado negativo pode ser interpretado como uma prévia da atividade comercial em 2016.