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Dólar, juros e Ibovespa fecham em queda em dia de impeachment

11/05/2016 17h46


Os mercados de juros e dólar foram os que responderam mais claramente à perspectiva de mudança de governo à medida que a votação do processo de impeachment da presidente Dilma seguia no Senado. A leitura dos agentes é que um futuro governo de Michel Temer terá mais condições para implementar as medidas de ajuste fiscal e reequilibrar as contas públicas, para colocar o país em rota de crescimento sustentável. Além disso, a expectativa de troca do comando do Banco Central, com a nomeação dada como certa do economista-chefe do Itaú Unibanco e ex-diretor de Política econômica do BC, Ilan Goldfajn, é vista como positiva pelo mercado e deve contribuir para a melhora da credibilidade da política monetária.

No fechamento, o dólar comercial registrou queda de 0,61%, a R$ 3,4451, menor patamar desde 29 de abril. Já o contrato futuro para junho recuava 0,90% para R$ 3,467. Nem mesmo a atuação do Banco Central, que voltou a ofertar contratos de swap cambial reverso depois de ficar cinco pregões consecutivos fora do mercado de câmbio, segurou a desvalorização da moeda americana.

O real foi beneficiado ainda, ao lado de outras moedas de emergentes, pela melhora da aversão a risco no mercado externo.

Na BM&F, os juros futuros fecharam em queda. O DI para janeiro de 2017 caiu de 13,63% para 13,595%, enquanto o DI para janeiro de 2021 recuou de 12,42% para 12,25%. A inclinação da curva de juros - uma medida da percepção de risco do investidor com a economia brasileira no futuro - bateu nesta quarta-feira a mínima recorde. A diferença entre os DIs janeiro de 2021 e janeiro de 2017 está hoje em -1,345 ponto percentual. É o menor nível desde que o DI janeiro de 2021 passou a ser mais negociado, no começo de 2010.

Já a bolsa de valores abriu em alta, mas inverteu a direção no início da tarde. No fechamento, o Ibovespa marcou queda de 0,58%, aos 52.764 pontos. De acordo com operadores, a ruptura do atual governo pode permitir uma mudança na condução da política econômica, o que favoreceria o mercado de capitais. Entretanto, não há ilusões de que as mudanças serão fáceis. "A bolsa comprou um alívio do mercado, mas os investidores sabem que a situação é difícil. Meirelles é um bom profissional, mas não faz milagres", disse um operador.

Sem decisão do Senado, o investidor optou por restringir as operações e acompanhar o desempenho do mercado internacional, que operaram em queda devido à volatilidade nos preços do petróleo.