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Juros futuros recuam com a expectativa de aprovação do impeachment

11/05/2016 17h16

Os juros futuros fecharam em queda na BM&F, refletindo a expectativa de aprovação da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado, em análise pelo plenário do Senado. A leitura do mercado é que um futuro governo de Michel Temer terá mais condições para implementar as medidas de ajuste fiscal e reequilibrar as contas públicas, para colocar o país em rota de crescimento sustentável.

Além disso, a expectativa de troca do comando do Banco Central, com a nomeação dada como certa do economista-chefe do Itaú Unibanco e ex-diretor de Política econômica do BC, Ilan Goldfajn, é vista como positiva pelo mercado e deve contribuir para a melhora da credibilidade da política monetária.

Nesse cenário o DI para janeiro de 2017 caiu de 13,63% para 13,595%, enquanto o DI para janeiro de 2021 recuou de 12,42% para 12,25%.

A inclinação da curva de juros - uma medida da percepção de risco do investidor com a economia brasileira no futuro - bateu nesta quarta-feira uma mínima recorde. A diferença entre os DIs janeiro de 2021 e janeiro de 2017 está hoje em -1,345 ponto percentual. É o menor nível desde que o DI janeiro de 2021 passou a ser mais negociado, no começo de 2010.

A inclinação negativa está mais acentuada até mesmo que na "Era Levy", no ano passado, quando o mercado demonstrou confiança de que o então ministro da Fazenda, Joaquim Levy, conseguiria negociar com o Congresso Nacional a aprovação de medidas de reequilíbrio econômico.

O movimento surpreende também pela rapidez da melhora de expectativa do mercado. No dia 21 de janeiro, portanto, há pouco mais de três meses, a inclinação bateu o pico histórico de 1,885 ponto percentual, em meio a um grande pessimismo com as ações de política monetária após o Banco Central ter repentinamente mudado a sinalização para a Selic.

Na ocasião, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, citou a piora das expectativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Brasil para esvaziar apostas de alta do juro no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) de janeiro. A reviravolta na sinalização do Banco Central causou grande ruído no mercado, levando a avaliações de leniência com a inflação.