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Juros futuros sobem sob reflexo do pessimismo com déficit fiscal

18/05/2016 16h50

Os juros futuros avançaram na BM&F diante da expectativa de um cenário mais negativo para o déficit fiscal neste ano, com as contas públicas devendo levar mais tempo para se equilibrar. O mercado aguarda pelo anúncio de medidas concretas que sinalizem uma melhora da trajetória da dívida pública no médio prazo.

As incertezas sobre o ajuste fiscal diminuem a disposição dos investidores de ampliarem as apostas em um corte de juros no curto prazo. O DI para janeiro de 2017 subiu de 13,65% para 13,69% no fechamento do pregão regular.

A alta do dólar e os números do IGP-M ajudaram a sustentar a alta da taxas de juros de curto prazo. A segunda prévia do IGP-M mostrou uma aceleração da inflação no atacado em maio para 0,68% ante 0,30% em abril.

Na sessão, as taxas de longo prazo ampliaram a alta refletindo a maior aversão a risco no exterior após a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) deixar em aberto a possibilidade de uma elevação de juros em junho. O DI para janeiro de 2021 subiu de 12,38% para 12,62%.

Para o diretor de gestão de recursos da Ativa Corretora, Arnaldo Curvello, além do cenário externo de maior aversão a risco, a expectativa de um déficit maior do Orçamento para este ano traz a percepção de que deve levar mais tempo para equilibrar as contas públicas. "Estamos vivendo uma situação parecida com a época do Plano Real, em que o governo está aproveitando para tirar os esqueletos do armário e apresentar um Orçamento realista", diz.

A perspectiva é de o déficit do Orçamento deste ano, que será votado no Congresso, será revisado para algo entre R$ 150 bilhões e R$ 160 bilhões. "O que parece para o mercado é que, com um déficit deste tamanho neste ano, vai ser mais difícil de se equilibrar as contas no ano que vem", afirma Curvello.

Para ele, o problema não é o tamanho da dívida pública , mas a sua dinâmica. "O mercado aguarda medidas que sinalizem uma melhora das contas públicas no médio prazo". Uma das primeiras medidas, segundo Curvello, deve ser a desvinculação das receitas da União (DRU) que daria mais flexibilidade para o Orçamento.

O dólar e as taxas dos contratos futuros de juros de longo prazo ampliaram a alta no mercado local após a divulgação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) , que deixou em aberto a possibilidade de uma alta da taxa básica de juros dos Estados Unidos em junho.

A maioria dos integrantes do Fomc vê a possibilidade do Federal Reserve subir a taxa de juros em junho, se os dados de aumento da renda forem consistentes com o crescimento econômico no segundo trimestre, as condições de mercado de trabalho continuarem melhorando e se a inflação mostrar um progresso em relação à meta de 2%.

O dólar comercial ampliou os ganhos frente ao real e subia 1,88% a R$ 3,5524. Já o DI para janeiro de 2021 sobe de 12,38% para 12,62%.

O real liderava as perdas frente ao dólar entre as principais moedas emergentes. O dólar já operava em alta no período da manhã, após o Banco Central ter vendido o lote integral de 20 mil contratos de swap cambial reverso, operação equivalente a compra de US$ 1 bilhão no mercado futuro. "O mercado já estava ruim e a ata do Fomc trouxe a percepção de que uma alta de juros nos Estados Unidos pode vir mais cedo que se imagina", diz diretor de gestão de recursos da Ativa Corretora.

No mercado de juros, além do cenário externo de maior aversão a risco, Curvello destaca que a expectativa de um déficit maior do Orçamento para este ano traz a percepção de que deve levar mais tempo para equilibrar as contas públicas. "Estamos vivendo uma situação parecida com a época do Plano Real, em que o governo está aproveitando para tirar os esqueletos do armário e apresentar um Orçamento realista", diz.

A perspectiva é de o déficit do Orçamento deste ano, que será votado no Congresso, será revisado para algo entre R$ 150 bilhões e R$ 160 bilhões. "O que parece para o mercado é que, com um déficit deste tamanho neste ano, vai ser mais difícil de se equilibrar as contas no ano que vem", diz.

Para Curvello, o problema não é o tamanho da dívida pública , mas a sua dinâmica. "O mercado aguarda medidas que sinalizem uma melhora das contas públicas no médio prazo". Uma das primeiras medidas, segundo ele, deve ser a desvinculação das receitas da União (DRU), que daria mais flexibilidade para o Orçamento.