Dólar e juros têm forte alta, com cena política no radar
O dólar e os juros futuros começam a semana em forte alta, retomando a trajetória dos últimos dias conforme crescem dúvidas sobre a capacidade de o governo conseguir implementar medidas fiscais necessárias para reequilibrar a economia.
Esse receio foi reforçado hoje pela notícia de que o ministro do Planejamento, Romero Jucá, sugeriu ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, em conversas telefônicas, a realização de um pacto para deter o avanço das investigações da Operação Lava-Jato. Segundo o jornal "Folha de S.Paulo", Jucá teria dito a Machado que uma "mudança" no governo federal resultaria em um pacto para "estancar a sangria" representada pela Operação Lava-Jato, que investiga ambos.
O principal ponto do mercado é o risco de Jucá, visto como um dos homens fortes do governo, perder capacidade de negociar o ajuste fiscal com parlamentares do Congresso.
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) já defendeu, em nota, que Jucá se afaste do cargo, dizendo que essa seria a única forma de não contaminar o governo interino de Michel Temer.
O aumento das dúvidas sobre o trânsito do governo no Congresso vem justamente num momento em que o ajuste fiscal parece mais urgente, após a revisão da meta de déficit primário, anunciada na sexta-feira passada. O novo rombo é de R$ 170,5 bilhões nas contas do Governo Central, muito acima do déficit de R$ 96,6 bilhões previsto pelo governo Dilma Rousseff.
Para o mercado, embora haja leitura de que o governo está tentando ser mais realista, pesa a percepção de que um rombo desse tamanho pode postergar a estabilização da relação dívida/PIB, que ficaria por mais tempo em níveis considerados muito altos, atrasando a retomada do país e a recuperação do grau de investimento perdido desde o ano passado.
Desde a confirmação de Temer como presidente interino, o dólar e os juros interromperam as baixas que marcaram as semanas anteriores. De forma geral, o mercado confia na capacidade da equipe econômica de recolocar o país na rota de crescimento, com equilíbrio das contas públicas, mas admite algum desconforto com a ausência de anúncio de medidas concretas.
O receio de que Temer ceda a pressões, conforme explicitado pela recriação do Ministério da Cultura, e agora o temor de enfraquecimento do poder de negociação da equipe com o Congresso ampliam as incertezas sobre o "timing" das medidas.
Às 11h32, o dólar comercial subia 1,43%, a R$ 3,5675, após máxima de R$ 3,5714. No mercado futuro, o dólar para junho se valorizava 0,98%, a R$ 3,5640, depois de um pico de R$ 3,5795.
No mercado de renda fixa, o DI janeiro de 2021 - mais associado à percepção de risco de prazo mais longo - tinha alta a 12,580%, ante 12,360% do ajuste de sexta-feira.
O DI janeiro de 2018 subia a 12,830%, frente a 12,720% no último ajuste.
Na ponta mais curta, o DI janeiro de 2017 ia a 13,720%, contra 13,675% no ajuste anterior.
No mercado de ações, o Ibovespa recuava 1,12%, marcando 49.165 pontos.
Esse receio foi reforçado hoje pela notícia de que o ministro do Planejamento, Romero Jucá, sugeriu ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, em conversas telefônicas, a realização de um pacto para deter o avanço das investigações da Operação Lava-Jato. Segundo o jornal "Folha de S.Paulo", Jucá teria dito a Machado que uma "mudança" no governo federal resultaria em um pacto para "estancar a sangria" representada pela Operação Lava-Jato, que investiga ambos.
O principal ponto do mercado é o risco de Jucá, visto como um dos homens fortes do governo, perder capacidade de negociar o ajuste fiscal com parlamentares do Congresso.
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) já defendeu, em nota, que Jucá se afaste do cargo, dizendo que essa seria a única forma de não contaminar o governo interino de Michel Temer.
O aumento das dúvidas sobre o trânsito do governo no Congresso vem justamente num momento em que o ajuste fiscal parece mais urgente, após a revisão da meta de déficit primário, anunciada na sexta-feira passada. O novo rombo é de R$ 170,5 bilhões nas contas do Governo Central, muito acima do déficit de R$ 96,6 bilhões previsto pelo governo Dilma Rousseff.
Para o mercado, embora haja leitura de que o governo está tentando ser mais realista, pesa a percepção de que um rombo desse tamanho pode postergar a estabilização da relação dívida/PIB, que ficaria por mais tempo em níveis considerados muito altos, atrasando a retomada do país e a recuperação do grau de investimento perdido desde o ano passado.
Desde a confirmação de Temer como presidente interino, o dólar e os juros interromperam as baixas que marcaram as semanas anteriores. De forma geral, o mercado confia na capacidade da equipe econômica de recolocar o país na rota de crescimento, com equilíbrio das contas públicas, mas admite algum desconforto com a ausência de anúncio de medidas concretas.
O receio de que Temer ceda a pressões, conforme explicitado pela recriação do Ministério da Cultura, e agora o temor de enfraquecimento do poder de negociação da equipe com o Congresso ampliam as incertezas sobre o "timing" das medidas.
Às 11h32, o dólar comercial subia 1,43%, a R$ 3,5675, após máxima de R$ 3,5714. No mercado futuro, o dólar para junho se valorizava 0,98%, a R$ 3,5640, depois de um pico de R$ 3,5795.
No mercado de renda fixa, o DI janeiro de 2021 - mais associado à percepção de risco de prazo mais longo - tinha alta a 12,580%, ante 12,360% do ajuste de sexta-feira.
O DI janeiro de 2018 subia a 12,830%, frente a 12,720% no último ajuste.
Na ponta mais curta, o DI janeiro de 2017 ia a 13,720%, contra 13,675% no ajuste anterior.
No mercado de ações, o Ibovespa recuava 1,12%, marcando 49.165 pontos.
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