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Serra minimiza queixa de deputados da UE sobre legitimidade de Temer

31/05/2016 19h51

O ministro brasileiro de Relações Exteriores, José Serra, minimizou a iniciativa de alguns deputados europeus que pedem a suspensão das negociações comerciais entre a União Europeia (UE) e o Mercosul por considerarem que o governo interino do Brasil não teria "legitimidade". "Isso não tem grande significado e não terá repercussão", disse Serra, nesta terça-feira, em Paris, ressaltando que "esses deputados representam apenas 4% do Parlamento Europeu".

Na segunda-feira, 34 deputados, de um total de 751 do Parlamento Europeu, divulgaram uma carta na qual pedem a suspensão das negociações UE-Mercosul, alegando ter dúvidas em relação à legitimidade do governo brasileiro para conduzir esse importante acordo comercial. Um dos partidos que lideraram a iniciativa é o espanhol Podemos, de extrema esquerda.

"Essa carta dos deputados nem sequer foi entregue às autoridades europeias", garantiu Serra, ressaltando se tratar de "uma não iniciativa".

O chanceler brasileiro, que está em Paris desde domingo, participa nos dias 1 e 2 da reunião ministerial da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e terá encontros bilaterais nesses próximos dois dias com a comissária europeia do comércio, Cecilia Malmström, e representantes da área comercial de países como Estados Unidos e Canadá, além do diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, entre outras autoridades.

No início da noite desta terça-feira, o ministro brasileiro participa de uma recepção no Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa, para celebrar a semana cultural da América Latina na França. Segundo Serra, ele terá, neste evento, um encontro com o chanceler francês, Jean-Marc Ayrault, para discutir o acordo comercial UE-Mercosul e também temas de cooperação entre os dois países, que ele não detalhou.

Como já havia ocorrido na segunda-feira, Serra preferiu não comentar a situação política no Brasil e não quis falar sobre a saída do ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, e tampouco comentar a repercurssão internacional do caso.