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Cunha pede que Toffoli reconsidere abertura de inquérito contra ele

01/06/2016 14h16

O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu que o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), reconsidere a instauração de inquérito contra ele por supostas irregularidades em Furnas.

"Não foi apontada nenhuma fonte de recursos ilícitos, tampouco, no pedido de instauração de inquérito foram descritos atos de ocultação, ou de dissimulação patrimonial. Inexiste nos autos qualquer pagamento, depósito, ou montante de dinheiro suspeito, até mesmo porque, como se disse, nem mesmo foi indicada vantagem supostamente recebida pelo ora requerente e que poderia, então, configurar o objeto do crime de lavagem indicado pela acusação", diz a defesa de Cunha.

As suspeitas contra Cunha são de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ministro Dias Toffoli autorizou, no dia 11, a realização de diligências no prazo de 90 dias, como o depoimento de Eduardo Cunha e a inclusão da investigação sobre Furnas feita pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Em sua delação, o ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) afirmou que Eduardo Cunha tinha relação com dirigentes de Furnas e que atuava para beneficiar o doleiro Lúcio Funaro, com quem mantinha "estreita relação", segundo a PGR.

Janot afirmou que o novo inquérito pretende "obter provas relacionadas a uma das células que integra uma grande organização criminosa - especificamente no que toca a possíveis ilícitos praticados no âmbito da empresa Furnas. Essa célula tem como um dos seus líderes o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro".

Para a defesa, o pedido de instauração não esclarece qual é o objeto de investigação do delito por lavagem de dinheiro. "Falta de indícios mínimos de comprovação de materialidade e autoria quanto à prática do crime de lavagem de dinheiro", diz o pedido.