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Dólar sobe ante real e juros longos disparam com incertezas políticas

07/06/2016 10h01

O dólar vai na contramão do cenário externo e sobe ante o real nesta terça-feira, enquanto os juros futuros de longo prazo disparam na BM&F. Investidores repercutem o noticiário político, com pedidos de prisão de autoridades e de aliados do governo Michel Temer ampliando receios quanto ao ajuste fiscal.

O mercado reage à notícia de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL); do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP); e do senador Romero Jucá (PMDB-RR). A informação foi dada inicialmente pelo jornal "O Globo". O Valor informou que Janot pediu também a prisão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Câmara dos Deputados.

A preocupação de investidores é que as séries de denúncias contra autoridades do ou próximas ao governo compromentam a capacidade da equipe econômica de aprovar medidas fiscais no Congresso Nacional.

E se avolumam notícias de aumento de pressão sobre Temer. As informações agora são de que Temer estaria sendo mais pressionado por parlamentares de partidos de sua base, por causa da suspensão de nomeação de cargos no governo.

O mercado deve repercutir ainda comentários do presidente indicado ao Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, que será sabatinado nesta manhã pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE). O foco dos mercados estará sobre eventuais sinalizações de Ilan a respeito das políticas cambial e monetária.

A sabatina ocorrerá no primeiro dia da reunião do Copom - ainda sob comando de Alexandre Tombini -, que provavelmente anunciará amanhã estabilidade da Selic em 14,25% ao ano.

Às 9h56, o dólar comercial subia 0,49%, a R$ 3,5068. O real é a moeda que mais perde entre as principais divisas nesta sessão.

No mercado futuro, o dólar para julho avançava 0,48%, a R$ 3,5350.

Nos juros, o DI janeiro de 2021 - mais ligado à percepção de risco estrutural da economia - disparava a 12,470% ao ano, ante 12,310% no ajuste da véspera.

O DI janeiro de 2018 ia a 12,600%, contra 12,510% no último ajuste. O DI janeiro de 2017 - que reflete as apostas para o movimento da Selic até o fim deste ano - avançava a 13,605%, frente a 13,565% no ajuste anterior.