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Intenção de investir da indústria tem 1ª alta desde meados de 2013

10/06/2016 08h36

Pela primeira vez desde o terceiro trimestre de 2013, o indicador que mede a intenção de investimento da indústria brasileira registrou alta, informa a Fundação Getulio Vargas (FGV). Para a instituição, embora o avanço tenha sido discreto, este é mais um sinal de que o setor pode estar próximo de um ponto de inflexão.

O Indicador de Intenção de Investimentos da Indústria da FGV subiu 0,6 ponto no segundo trimestre de 2016, em relação aos três meses antecedentes, e atingiu 82,5 pontos. Na abertura de 2016, o índice registrou o menor nível da série histórica, em 81,9 pontos. Na comparação com o mesmo período em 2015, o indicador ainda tem queda, de 9,6 pontos, mas o recuo é praticamente a metade dos 18,9 pontos negativos registrados no primeiro trimestre, neste tipo de confronto.

O Indicador de Intenção de Investimentos mede a disseminação do ímpeto de investimento entre as empresas industriais, colaborando, desta forma, para antecipar tendências econômicas.

"Embora discreta, esta foi a primeira alta do indicador desde o terceiro trimestre de 2013, o que é uma boa notícia. Assim como ocorre com os indicadores de confiança, o resultado sugere que as taxas de crescimento do investimento já passaram por seu pior momento e podem, gradualmente, se tornar menos negativas daqui por diante. Há que se considerar, no entanto, o elevado grau de incerteza contido nas expectativas dos empresários atualmente, tanto na definição dos valores a serem investidos quanto nas avaliações de risco que o programa atual não seja cumprido conforme originalmente planejado", afirmou, em nota, Aloisio Campelo Jr., superintendente adjunto para Ciclos Econômicos do FGV-Ibre.

Quando o Indicador de Intenção de Investimentos fica abaixo dos 100 pontos é porque há mais empresas prevendo diminuir que aumentar investimentos nos 12 meses seguintes. No segundo trimestre de 2016, 16,2% das empresas estão prevendo investir mais nos 12 meses seguintes, e 33,7% prevendo investir menos. No trimestre anterior, esses percentuais haviam sido de 16,7% e 34,8%, respectivamente.

Há hoje, no setor industrial, mais empresas incertas (39,1%) que certas (31,8%) em relação à execução de seus programas de investimentos nos próximos 12 meses, um saldo negativo de 7,3 pontos. Esse foi o menor percentual de empresas certas sobre a execucação dos investimentos e o maior de empresas incertas desde o início do quesito, no quarto trimestre de 2014. O resultado, segundo a FGV, decorre das incertezas em relação aos cenários econômicos e políticos do país, e lança dúvidas quanto à efetiva evolução dos investimentos planejados nos próximos meses.

A edição do segundo trimestre de 2016 da Sondagem de Investimentos coletou informações de 784 empresas entre os dias 4 de abril e 31 de maio.