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Juros futuros sobem em consequência de aversão a risco no exterior

10/06/2016 16h46

As taxas dos contratos futuros de juros fecharam em alta na BM&F refletindo a elevação da aversão a risco no exterior. A preocupação com a saída do Reino Unido da União Europeia, cujo referendo está marcado para 23 de junho, acentuou a fuga de ativos de risco. Esse movimento levou a uma forte correção no mercado de juros, especialmente nos contratos de DI com prazos mais longos.

Nesse ambiente, o DI para janeiro de 2021 avançou de 12,35% para 12,60%. "O que está acontecendo no mercado de juros é que os investidores estão reduzindo sua posição vendida em juros e encurtando um pouco os vencimentos em que estão posicionados", diz Juliano Ferreira, estrategista da Icap corretora.

Investidores adotam maior cautela dada a proximidade da reunião do Federal Reserve (Fed), na quarta-feira, e o plebiscito no Reino Unido para decidir sobre a permanência na União Europeia. Pesquisa publicada pelo jornal britânico The Independent apontou que 55% dos britânicos são a favor da saída do Reino Unido da UE, quatro pontos acima do levantamento de abril.

Segundo Ferreira, uma saída do Reino Unido da UE poderia provocar um movimento de fuga de ativos de risco. E mesmo que o Federal Reserve adie a alta da taxa de juros nos Estados Unidos, os investidores tenderiam a migrar os recursos para ativos considerados mais seguros como os Treasuries ou o iene e não para mercados emergentes. "O impacto para os mercados emergentes seria indireto em função do movimento de fuga de risco", diz.

Nos contratos de DI mais curtos, o mercado começa a elevar as apostas em uma postergação da alta da taxa Selic, que hoje está em 14,25%, diante da inflação corrente e expectativas ainda altas para os indicadores de preço. O DI para janeiro de 2017 subiu de 13,68% para 13,705%.