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Dados ruins de crédito não surpreendem, diz SPC

27/06/2016 14h25

Os dados de crédito divulgados não surpreendem em razão do cenário adverso da economia brasileira, apesar de alguns sinais de estabilização observados nas últimas semanas, disse o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior. Segundo a SPC Brasil, desemprego e economia fraca continuam limitando a expansão do crédito.

"Com a escalada do desemprego, queda no poder de compra dos consumidores e as perspectivas que ainda indicam fraqueza da economia nos curto prazo, os bancos estão cada vez mais seletivos para conceder crédito. Além disso, o risco de inadimplência acaba potencializando o aumento dos juros nas operações de crédito", diz Pellizzaro.

A SPC ressalta que os juros cobrados para pessoas físicas continuam em uma trajetória de alta, ao mesmo tempo em que as concessões de crédito para os consumidores seguem recuando. No acumulado dos últimos 12 meses, as concessões de crédito para pessoas físicas diminuíram 7,9%.

Segundo a SPC, mesmo em um cenário de restrição de crédito, que acaba limitando a capacidade de endividamento das famílias, a inadimplência segue em alta. Dados do BC mostram que a taxa de inadimplência passou de 3,7% para 3,8% entre abril e maio, ficando acima dos 3% verificados em maio do ano passado. No segmento de pessoas físicas, em que a inadimplência se manteve no mesmo nível de abril, em 4,3%, destacam-se os atrasos nas modalidades de crédito mais caras, como cheque especial (14,9%) e cartão de crédito rotativo (37,5%). Além disso, diz a SPC, surpreende o alto percentual de inadimplência das renegociações para pessoas físicas, de 18,1%.

Surpreendeu ainda o avanço de quase 20 pontos percentuais nas taxas de cartão de crédito, que passaram de 452% para 471% ao ano. Em maio do ano passado a taxa era de 360% ao ano, o que representa um aumento de quase 100 pontos em apenas 1 ano. O cheque especial, que também é sempre destaque por conta de taxas de juros elevadas, avançou de 309% ao ano para 311% ao ano.