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Bovespa fecha em baixa com preocupação sobre efeitos do Brexit

05/07/2016 17h56

Um aumento da preocupação dos investidores com os reflexos da saída do Reino Unido da União Europeia aumentou a venda de ações na bolsa de valores em um movimento de realização de lucros. O Ibovespa, que chegou a subir 6,5% nos últimos seis pregões, fechou em baixa de 1,38% aos 51.842 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 4,4 bilhões, um pouco menor do que a média do mês anterior, que ficou em R$ 5 bilhões.

"O mercado está mais volátil e mais cauteloso desde a ruptura do Reino Unido com a União Europeia. As taxas de juros negativas e a possibilidade de aumento de liquidez nos mercados europeus não favorecem as bolsas de países emergentes", disse Ari Santos, gerente de mesa Bovespa, da H.Commor DTVM.

A queda das bolsas americanas e a baixa na cotação do preço do barril do petróleo também contribuíam de maneira negativa para o desempenho do Ibovespa. O índice S&P 500 caiu 0,68%, o Nasdaq teve baixa de 0,82% e o Dow Jones recuou 0,61%. A cotação do petróleo do tipo WTI para entrega em agosto recuava 4,9% para US$ 46,80 o barril. A avaliação dos investidores é de que as incertezas da economia global poderiam suprimir o crescimento da demanda por petróleo.

Com isso, as ações da Petrobras, que têm presença importante na composição do Ibovespa, caíram e ajudaram a puxar o indicador para baixo. As ações da Petrobras ON recuaram 5,65% e Petrobras PN teve baixa de 5,87%.

A maior queda do dia ficou com a ação da CSN ON, com baixa de 7,41%, que teve mais um capítulo da disputa entre os sócios Nippon Steel e Ternium-Techint. O grupo japonês publicou hoje comunicado em que manifesta a sua insatisfação com a escolha, em maio, de uma nova diretoria e do novo presidente da Usiminas, Sergio Leite. A empresa reitera que a aprovação de Leite à presidência pelo conselho de administração é uma violação ao acordo de acionistas da Usiminas e à Lei das S/A, já que não havia consenso entre os dois controladores na indicação de um novo comando para a siderúrgica.

A queda no preço do minério de ferro, de 0,52%, em Qingdao, na China, para US$ 55,93, fez com que as ações das mineradoras fechassem em baixa no pregão. Os papéis da Vale ON caíram 5,36%, Vale PNA teve baixa de 4,51%, Bradespar PN caiu 4,51%, Usiminas PNA recuou 4,24%, Gerdau PN caiu 4,76% e Gerdau Metalúrgica PN teve baixa de 4,26%.

No setor financeiro, a maior queda do dia ficou com Santander Unit, que recuou 3,11%, Bradesco PN caiu 0,03%, Banco do Brasil ON teve baixa de 0,75%, Bradesco ON caiu 0,73% e Itaú Unibanco recuou 0,71%.

O desempenho dos bancos brasileiros seguiu a queda dos mercados globais. Mas os investidores internacionais estão preocupados com o fato de que o "Brexit" pode levar a um crise financeira na Itália. O lucro dos bancos italianos está entre os piores na Europa, com equipes inchadas e filiais em excesso, o que deixa os bancos com pouco capital extra para cobrir empréstimos inadimplentes. Cerca de 17% dos empréstimos concedidos pelos bancos italianos estão em inadimplência. Isso representa quase 10 vezes o nível dos Estados Unidos. Entre os bancos de capital aberto na zona do euro, os italianos representam quase metade dos créditos podres.

Na ponta oposta, as maiores altas do dia estavam com Lojas Americanas PN, com alta de 2,44%, seguida por Copel PNB, com ganho de 2,41% e Cemig PN, com alta de 2,22%.