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Juros futuros sobem em reação à cena externa e fala de diretores do BC

05/07/2016 17h36

Os juros futuros subiram na BM&F em consequência do aumento da aversão a risco no exterior, diante da preocupação com os efeitos do "Brexit" para o sistema financeiro na Europa, além das incertezas em relação à meta fiscal para 2017. Os investidores reagiram também às declarações dos diretores indicados para o Banco Central durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que levou os DIs mais longos a reduzirem as altas e saírem das máximas intradia.

O DI para janeiro de 2017 subiu de 13,88% para 13,90% no fechamento do pregão regular, enquanto o DI para janeiro de 2021 avançou de 12,12% para 12,23%.

Os diretores do BC reforçaram o compromisso em buscar a meta de inflação em 2017. O indicado para a área de Política Monetária, Reinaldo Le Grazie, afirmou, durante sabatina em que foi aprovado no Senado, que a inflação tem de oscilar de forma simétrica em torno da meta.

O diretor indicado para a área de Assuntos Internacionais, Tiago Couto Berriel, disse que só a inflação baixa e estável protege ganho de renda. Isaac Ferreira, de Relacionamento Institucional e Cidadania, endossou o discurso e afirmou que é preciso buscar e cumprir a meta de inflação de 4,5% em 2017, coordenando expectativas.

Para o economista-chefe da Garde Asset Management, Daniel Weeks, o discurso dos diretores indicados para o BC foi em linha com as sinalizações já dadas pelo presidente da instituição, Ilan Goldfajn. Na avaliação de Weeks, o que começa a preocupar mais o mercado é a falta de avanço do governo do lado fiscal. Incerteza sobre a meta na área para 2017 gerou maior cautela para os mercados doméstico.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que a meta do ano que vem não será fechada hoje. O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE) disse nesta terça-feira que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017 vai ser enviada pela equipe econômica na quinta, mas só deve ser votada pelo Congresso após o recesso de julho.

"Se o déficit vier maior que o esperado para 2017 vai precisar ver se será necessário o aumento da carga tributária. O problema é que mercado começa a querer ver mais medidas fiscais além das que já foram anunciadas", diz Weeks. Por outro lado, lembra, o presidente interino Michel Temer só deve ter mais força para aprovar as medidas após a votação final do impeachment da presidente Dilma Rousseff, prevista para o fim de agosto.