Brasileiros mais pobres são os que menos conhecem os programas sociais
Em 2014, três quartos dos brasileiros com menos estudo desconheciam os programas sociais oferecidos pelo governo federal. Apenas 15,6% daqueles que ganham até um quarto de salário mínimo foram entrevistados para terem acesso a algum benefício - Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Pronatec ou Tarifa Social de Energia Elétrica.
Essas são algumas das conclusões do suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que analisou o acesso ao Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. De acordo com o levantamento, entre os que tinham de zero a menos de quatro anos de instrução, apenas 24,6% conheciam os programas.
A parcela de população que mais conhecia a existência dos principais programas sociais do governo federal era a que detém 11 anos ou mais de estudo: 41,6% dessa faixa da população.
Entre aqueles com instrução intermediária, de quatro a sete anos de estudo, os programas são conhecidos por 21,2%, e entre os que detêm de oito a dez anos de estudo, por 12,6%.
"O conhecimento da existência do Cadastro Único ou dos principais programas sociais do governo federal estava atrelado à maior instrução da população [acima de 11 anos de estudo], enquanto a tentativa de acesso ao Cadastro e sua efetiva ocorrência tendem a atingir domicílios nos quais moradores possuíam menor grau de instrução", informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foi a primeira vez que o IBGE investigou o acesso ao cadastro federal.
O grupo que tinha de zero a menos de quatro anos de estudo também tinha a maior proporção entre aqueles que já foram entrevistados para entrar no cadastro federal: 30,7% disseram ter iniciado o processo. A entrevista ocorre após a inscrição e é um passo anterior à concessão efetiva do benefício.
De acordo com a pesquisa, apenas 15,6% daqueles que ganham até um quarto de salário mínimo declarou ter sido entrevistado. A maior proporção está entre aqueles que recebem entre meio e um salário mínimo: 34%. Essa fatia cai para 3,7% entre aqueles que ganharam mais de 2 salários.
O instituto mostrou ainda que, das pessoas que não conheciam nenhuma porta de entrada para os programas sociais, 11,5% ganhavam até meio salário mínimo. É justamente essa faixa de renda o público-alvo dos benefícios do governo federal.
O questionário do IBGE tinha quatro questões. Primeiro os pesquisadores queriam saber se havia conhecimento do Cadastro Único, principal ferramenta para a inclusão de famílias de baixa renda em programas sociais. Se a resposta fosse positiva, o IBGE queria saber se alguém no domicilio havia tentado fazer o cadastro. Se a resposta à primeira pergunta fosse negativa, o instituto perguntava se, pelo menos, tinha ouvido falar nos programas sociais Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Pronatec e Tarifa Social de Energia Elétrica.
Em 2014, havia 67 milhões de domicílios no país e, em 59,4% deles, havia conhecimento do cadastro único. Em 6,3% dos domicílios, não havia conhecimento do cadastro único e nem dos programas sociais federais. Esse desconhecimento era menor no Nordeste, região onde essa fatia era de 4,7%. E era maior no Sul, de 7,2%.
Saneamento
A Pnad revelou que os domicílios de quem havia sido entrevistados para conseguir algum dos benefícios sociais tinham menos acesso ao saneamento básico.
De acordo com o IBGE, 61% dos que iniciaram a entrada no cadastro governamental tinha acesso à rede coletora, entre aqueles que não haviam começado o processo subia para 75,4%.
Para Alessandra Brito, analista da Coordenação de Emprego e Renda do IBGE, os dados confirmam que as pessoas que recorrem aos programas sociais do governo moram em casas com condições mais precárias, "essa é uma das portas de entrada para os programas sociais e, por isso, esperava-se que isso ocorresse".
Quem recorre aos programas sociais também tem menos acesso à coleta de lixo: 79,9% dos que haviam sido entrevistados para receber os benefícios tinham o serviço, contra 89,4% dos que não haviam sido entrevistados.
Em contrapartida, quem tinha conhecimento sobre o cadastro único ou pelo menos algum desses programas sociais tinha mais acesso ao telefone móvel: 57% contra 46% dos que não sabiam. Em geral, tinham também mais acesso ao telefone, seja fixo ou celular: 94% contra 86%.
Essas são algumas das conclusões do suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que analisou o acesso ao Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. De acordo com o levantamento, entre os que tinham de zero a menos de quatro anos de instrução, apenas 24,6% conheciam os programas.
A parcela de população que mais conhecia a existência dos principais programas sociais do governo federal era a que detém 11 anos ou mais de estudo: 41,6% dessa faixa da população.
Entre aqueles com instrução intermediária, de quatro a sete anos de estudo, os programas são conhecidos por 21,2%, e entre os que detêm de oito a dez anos de estudo, por 12,6%.
"O conhecimento da existência do Cadastro Único ou dos principais programas sociais do governo federal estava atrelado à maior instrução da população [acima de 11 anos de estudo], enquanto a tentativa de acesso ao Cadastro e sua efetiva ocorrência tendem a atingir domicílios nos quais moradores possuíam menor grau de instrução", informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foi a primeira vez que o IBGE investigou o acesso ao cadastro federal.
O grupo que tinha de zero a menos de quatro anos de estudo também tinha a maior proporção entre aqueles que já foram entrevistados para entrar no cadastro federal: 30,7% disseram ter iniciado o processo. A entrevista ocorre após a inscrição e é um passo anterior à concessão efetiva do benefício.
De acordo com a pesquisa, apenas 15,6% daqueles que ganham até um quarto de salário mínimo declarou ter sido entrevistado. A maior proporção está entre aqueles que recebem entre meio e um salário mínimo: 34%. Essa fatia cai para 3,7% entre aqueles que ganharam mais de 2 salários.
O instituto mostrou ainda que, das pessoas que não conheciam nenhuma porta de entrada para os programas sociais, 11,5% ganhavam até meio salário mínimo. É justamente essa faixa de renda o público-alvo dos benefícios do governo federal.
O questionário do IBGE tinha quatro questões. Primeiro os pesquisadores queriam saber se havia conhecimento do Cadastro Único, principal ferramenta para a inclusão de famílias de baixa renda em programas sociais. Se a resposta fosse positiva, o IBGE queria saber se alguém no domicilio havia tentado fazer o cadastro. Se a resposta à primeira pergunta fosse negativa, o instituto perguntava se, pelo menos, tinha ouvido falar nos programas sociais Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Pronatec e Tarifa Social de Energia Elétrica.
Em 2014, havia 67 milhões de domicílios no país e, em 59,4% deles, havia conhecimento do cadastro único. Em 6,3% dos domicílios, não havia conhecimento do cadastro único e nem dos programas sociais federais. Esse desconhecimento era menor no Nordeste, região onde essa fatia era de 4,7%. E era maior no Sul, de 7,2%.
Saneamento
A Pnad revelou que os domicílios de quem havia sido entrevistados para conseguir algum dos benefícios sociais tinham menos acesso ao saneamento básico.
De acordo com o IBGE, 61% dos que iniciaram a entrada no cadastro governamental tinha acesso à rede coletora, entre aqueles que não haviam começado o processo subia para 75,4%.
Para Alessandra Brito, analista da Coordenação de Emprego e Renda do IBGE, os dados confirmam que as pessoas que recorrem aos programas sociais do governo moram em casas com condições mais precárias, "essa é uma das portas de entrada para os programas sociais e, por isso, esperava-se que isso ocorresse".
Quem recorre aos programas sociais também tem menos acesso à coleta de lixo: 79,9% dos que haviam sido entrevistados para receber os benefícios tinham o serviço, contra 89,4% dos que não haviam sido entrevistados.
Em contrapartida, quem tinha conhecimento sobre o cadastro único ou pelo menos algum desses programas sociais tinha mais acesso ao telefone móvel: 57% contra 46% dos que não sabiam. Em geral, tinham também mais acesso ao telefone, seja fixo ou celular: 94% contra 86%.
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