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Juros futuros de curto prazo fecham em alta na BM&F após ata do Copom

26/07/2016 18h26

As taxas dos contratos futuros de juros de curto prazo fecharam em alta na BM&F com os investidores ajustando as posições após a ata do Comitê de Política Monetária (Copom). O documento reforçou a sinalização do comunicado divulgado depois a reunião de que não há espaço para um corte da taxa Selic no curto prazo.

O discurso mais "hawkish" (com tendência ao aperto monetário) do Banco Central tende a contribuir para a melhora das expectativas de inflação, abrindo espaço para uma queda dos prêmios de risco das taxas de juros de longo prazo.

O DI para janeiro de 2017 subiu de 13,94% para 13,98% no encerramento do pregão regular, enquanto o DI para janeiro de 2018 avançou de 12,82% para 12,87%. Já o DI para janeiro de 2021 caiu de 12,11% para 12,05%.

O documento de forma geral reiterou os pontos traçados no comunicado do Copom da semana passada, com destaque para os riscos de persistência de inflação corrente em níveis mais elevados, expectativas ainda acima do centro da meta e incertezas com a implementação do ajuste fiscal.

Para o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, o BC deixou claro na ata que a decisão sobre o ritmo de corte de juros vai depender da evolução do ajuste fiscal. Isso não significa, no entanto, que o BC vá esperar a aprovação das medidas fiscais, mas quer ver avanço nessa agenda por parte do governo. "Qualquer avanço que o governo faça, mesmo que isso implique aprovação mais à frente, vai ter impacto nas expectativas de inflação", diz.

O economista espera um corte de juros de 0,25 ponto percentual da taxa Selic em outubro e outro de 0,5 ponto em novembro, encerrando o ano em 13,50%. A expectativa para o corte da Selic neste ano, segundo ele, já está bem refletida no mercado futuro de juros e não há muito espaço para um aumento das taxas de curto prazo. O risco, afirma Rosa, é do BC postergar o corte de juros e não antecipar.

Ele diz ainda que o Banco Central quer ver uma melhora das projeções de inflação no cenário de mercado. A última Pesquisa Focus mostrou que a mediana das estimativas para o IPCA para 2017, período alvo da política monetária, estava em 5,29%, acima da meta de 4,5%. "A evolução das expectativas vai depender dos próximo indicadores de inflação. Se os números vierem favoráveis e as expectativas caírem, o BC poderá começar a cortar a taxa de juros", afirma.