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Klabin: Venda de papelão ondulado começa a dar sinais de recuperação

26/07/2016 15h31

Em relatório que acompanha o balanço financeiro do segundo trimestre, a Klabin aponta que, apesar da queda de 2% na expedição brasileira de caixas de papelão no primeiro semestre, os números do setor começam a mostrar sinais de recuperação. Conforme a Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO), a expedição em junho mostra crescimento de 2% na comparação anual e de 1% no segundo trimestre.

Nesse segmento, a Klabin informa que, diante de sua elevada exposição a grandes clientes do setor de alimentos, "também apresentou crescimento de vendas no trimestre e manteve-se estável em relação ao primeiro semestre de 2015".

De abril a junho, as vendas da unidade de conversão da Klabin, que engloba papelão ondulado e sacos industriais, cresceu 3% em volume frente ao mesmo período do ano passado, e 7% ante o primeiro trimestre, para 177 mil toneladas. Já a receita da unidade cresceu 7% em relação ao mesmo período de 2015, para R$ 589 milhões.

Em kraftliner, cujos preços permaneceram pressionados na Europa no segundo trimestre, o volume de vendas da Klabin foi 103 mil toneladas, com alta de 6% na comparação anual, puxado pelo volume 12% maior das exportações.

Já no segmento de cartões, o volume de vendas da Klabin cartões manteve-se estável no mercado interno e as exportações subiram 3% em volume na comparação anual. Com isso, o volume total de vendas cresceu 1% no trimestre, a 159 mil toneladas. O maior volume exportado e o câmbio resultaram em receita líquida de R$ 506 milhões com cartões no trimestre, 11% acima do apurado no mesmo intervalo de 2015.

Ortigueira

O volume de vendas da Klabin no segundo trimestre, sem incluir madeira, alcançou 631 mil toneladas, com alta de 45% na comparação anual. O crescimento foi impulsionado pelo início das vendas da celulose produzida em Ortigueira (PR) e pela alta de 4% no volume de papéis e embalagens comercializado no intervalo.

Mais uma vez, as exportações alavancaram os resultados da companhia e o volume de vendas ao mercado externo correspondeu a 50% do total, frente a 32% um ano antes, na esteira do aumento dos embarques de papéis e sobretudo pelo início das vendas de celulose, cujo principal mercado é o internacional.

No segmento de papéis e embalagens, houve alta de 10% nas exportações.

Conforme a Klabin, as vendas da celulose de Ortigueira se iniciaram em abril e o volume no trimestre ficou em 181 mil toneladas, ou o equivalente a cerca de 50% da capacidade nominal da fábrica. A companhia tem um contrato de longo prazo com a Fibria que prevê o fornecimento de até 900 mil toneladas de fibra curta por ano para a companhia, que revende a matéria-prima em mercados fora da América do Sul.

Investimentos

Os investimentos da Klabin no segundo trimestre caíram 44% na comparação anual e 24% frente aos três primeiros meses do ano, para R$ 645 milhões, com a conclusão do Projeto Puma, que iniciou a produção de celulose em março. Do total investido no período, a fábrica de Ortigueira (PR) recebeu R$ 505 milhões.

O investimento total no projeto é de R$ 8,5 bilhões, incluindo infraestrutura, impostos e correções contratuais. Restam ainda R$ 650 milhões em pagamentos referentes ao projeto que serão efetuados no segundo semestre, informou a companhia.

Outros R$ 34 milhões foram aplicados no trimestre nas operações florestais, que agora, segundo a Klabin, contemplam o replantio das florestas que dão base à nova fábrica. De acordo com a empresa, R$ 99 milhões foram destinados à continuidade operacional das fábricas e R$ 11 milhões foram aplicados em projetos especiais e expansões em papéis e embalagens.

Mercado interno

A participação do mercado interno na receita líquida da Klabin se manteve em queda no segundo trimestre. No intervalo, o mercado interno representou 60% do total da companhia, comparável a 65% nos três primeiros meses do ano e a 72% no mesmo trimestre de 2015. A desaceleração reflete a entrada da companhia no mercado de celulose e a estratégia de direcionar ao exterior uma parcela maior da produção de papéis e embalagens para compensar a fraqueza dos negócios locais e tirar benefício do câmbio.

De abril a junho, a receita líquida incluindo madeira somou R$ 1,7 bilhão, com crescimento de 27% na comparação anual. Desse total, R$ 286 milhões vieram da celulose produzida na unidade Puma. "Esse aumento também foi atingido por meio do maior volume de vendas de papéis e da sua maior participação no mercado externo, potencializada pela taxa de câmbio mais alta em relação ao mesmo período do ano anterior", informa a companhia.

Diante da maior participação das exportações, a receita líquida proveniente das vendas ao mercado externo somou R$ 676 milhões trimestre, com alta de 81% e equivalente a 40% da receita total. No mercado interno, a receita líquida subiu 6% na mesma comparação.

"Vale ressaltar que este aumento foi obtido apesar do impacto do enfraquecimento da atividade econômica brasileira e da redução nas vendas de madeira impactadas pelas chuvas que dificultaram a colheita e pelo início das operações na unidade Puma", acrescenta a Klabin.

Produção de celulose

O custo caixa unitário de produção de celulose da Klabin no segundo trimestre, com o início de operação da unidade Puma em março, alcançou R$ 890/tonelada, acima do valor exibido por produtores brasileiros com operações já estabelecidas, uma vez que o início de produção é afetado por vários fatores não recorrentes e os custos fixos ainda não são integralmente diluídos.

Diante disso, segundo a Klabin, o custo apurado em Puma não reflete "a realidade do nível de custo de produção a ser verificado após o atingimento da capacidade da unidade". "Dessa forma, o objetivo da companhia é de reduzir, nos próximos períodos, o custo caixa de produção de celulose em 25%" frente ao segundo trimestre, informou a empresa.

Conforme a Klabin, o custo caixa unitário de produção de celulose contempla os custos relacionados à produção das fibras curta, longa e fluff.

Já o custo caixa unitário total da companhia, considerando-se as vendas de todos os produtos no trimestre, foi de R$ 1.856/tonelada, com queda de 15% na comparação anual. Essa variação reflete o aumento de 45% no volume de vendas. "A redução do custo caixa por tonelada no período é reflexo da adição dos custos de produção da celulose, que unitariamente são menores na comparação com os papéis e embalagens, ao custo total da companhia", explicou a Klabin.