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Bovespa tem leve alta após decisão esperada do Fed; Usiminas dispara

27/07/2016 17h51

A decisão do Fed, o banco central americano, de manter a taxa de juros inalterada entre 0,25% e 0,50% ao ano já era esperada pelo mercado financeiro e teve pouca influência no desempenho do Ibovespa. O índice fechou em alta de 0,12% aos 56.853 pontos.

De acordo com o analista Raphael Figueredo, da Clear Corretora, a novidade foi a informação de que diminuiu a preocupação dos diretores do Fed com a desaceleração da economia global. "Na minha avaliação, o Fed passou a considerar que o Brexit não vai gerar colapso financeiro", diz. Ele também ressaltou que o comunicado mostrou que uma atividade econômica mais fortalecida pode pressionar a inflação americana. "Entretanto, considero que uma alta dos juros só deva ocorrer em dezembro", diz.

O giro financeiro do Ibovespa ficou em R$ 5,5 bilhões. De acordo com Ari Santos, gerente de mesa Bovespa, apesar de o volume estar na média do mês, há pouca liquidez no mercado de ações. "O mercado está em compasso de espera, esperando a saída definitiva da presidente afastada Dilma Rousseff do cargo e a aprovação de reformas no governo interino de Michel Temer", disse. Ari afirma que, apesar da volatilidade, o Ibovespa continua com alta consistente e sem romper o suporte dos 57.000 pontos.

Entre as ações mais negociadas no dia, o destaque de alta ficou com Usiminas PNA, que subiu 8,88%. Amanhã, a companhia divulga o resultado financeiro do segundo trimestre do ano. O Valor apurou que os números devem garantir um respiro para a siderúrgica. O Valor coletou as estimativas de BTG Pactual, Citi, Goldman Sachs, Itaú BBA e Morgan Stanley. A média das projeções aponta um prejuízo líquido de R$ 253 milhões. Entre abril e junho de 2015, as perdas foram bem maiores, de R$ 781 milhões. Na ocasião, a empresa teve de realizar baixa contábil na Mineração Usiminas (Musa), de R$ 755,2 milhões. Mas no primeiro trimestre deste ano, o prejuízo foi de R$ 151 milhões, abaixo do aguardado para o balanço do segundo trimestre.

Também tiveram alta as demais ações do setor de mineração. Os papéis da Gerdau Metalúrgica PN subiram 4,51%, Gerdau PN ganhou 4,21% e Weg ON subiu 4,10%. Vale PNA subiu 3,35% e Vale ON ganhou 2,71%.

Entre as ações do sistema financeiro, as maiores altas ficaram com Banco do Brasil ON, com alta de 0,18%, Itaú Unibanco PN com ganho de 0,38%, Bradesco ON com alta de 0,37%, Bradesco PN com valorização de 0,34% e Santander Unit teve queda de 0,34%. O banco espanhol divulgou hoje que o lucro gerencial da instituição ficou em R$ 1,806 bilhão, um crescimento de 7,8% em relação a igual período do ano passado. A inadimplência no trimestre cedeu 0,1 ponto para 3,2%, mas permaneceu estável na contabilidade de 12 meses. A reserva adicional para fazer frente a calotes cedeu 20% para R$ 1,66 bilhão.

As maiores baixas do dia ficaram com os papéis da Qualicorp, que caíram 2,73%, seguidos por Petrobras PN com baixa de 3,11% e Estácio Participações ON, com queda de 2,77%.

Os papéis da Qualicorp reagem à notícia de que o fundo soberano de Cingapura (GIC) afirmou não ter interesse em fazer oferta pública de ações pela Qualicorp. Na semana passada, os fundos Carlyle e CVC Capital Partners também negaram o interesse.

As ações da Petrobras ON caíram 1,01%, acompanhando a baixa no preço do barril do petróleo no mercado internacional. Os contratos de petróleo para setembro do tipo WTI recuaram 2,3% para US$ 41,92 o barril, e os contratos do tipo Brent caíram 3,1% para US$ 43,47, o barril. Hoje, os Estados Unidos divulgaram que os estoques de petróleo bruto tiveram comportamento oposto ao esperado na semana passada, com expansão de 1,671 milhão de barris, para 521,133 milhões, ante expectativa de queda de 1,6 milhão de barris, de acordo com dados do Departamento de Energia.