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Juros futuros caem com ambiente positivo para emergentes

29/07/2016 18h21

As taxas dos contratos futuros de juros fecharam em queda na BM&F, amparadas pelo dado melhor que o esperado para o déficit do setor público e pelo cenário positivo para ativos emergentes no exterior após a divulgação do PIB americano abaixo do esperado. O DI para janeiro de 2017 caiu de 13,99% para 13,975%, enquanto o DI para janeiro de 2018 recuou de 12,91% para 12,81%. E o DI para janeiro de 2021 caiu de 12,08% para 11,99%.

O PIB americano cresceu 1,2% ao ano no segundo trimestre, bem menos que a expectativa de 2,6% de analistas consultados pelo "The Wall Street Journal". O crescimento do primeiro trimestre foi revisado para baixo, de 1,1% para 0,8%. O resultado reduziu as chances de uma alta de juros em setembro nos Estados Unidos e se sobrepôs ao desapontamento do mercado com o anúncio de medidas de estímulo abaixo do esperado pelo Banco do Japão (BoJ), após sinalizações de expansão fiscal emitidas pelo governo nesta semana. "Embora os gastos com consumo tenham subido nos EUA, os investimentos caíram bem e isso pode começar a pesar sobre o crescimento americano", diz Ignácio Rey, economista da Guide Investimentos.

Com mais medidas de estímulo monetário na Europa e Japão e taxas de juros próximas a zero ou negativas, os investidores, segundo Rey, tendem a continuar buscando ativos de maior retorno, e o Brasil, com uma taxa de juros a 14,25% ao ano, passa a ser atrativo neste cenário. "É natural que o Brasil atraia fluxo de investimentos com os Estados Unidos demorando para normalizar a taxa de juros", diz Rey.

O aumento das alocações no país, contudo, ainda depende do avanço na aprovação das medidas fiscais. O déficit primário do setor público consolidado em junho foi de R$ 10,061 bilhões, pior resultado da série para o mês. O economista da Guide afirma, no entanto, que o número melhor que o previsto foi impulsionado pela receita de R$ 5,2 bilhões com o pagamento antecipado de concessões hidrelétricas. Além disso, o governo federal ainda não contabilizou a liberação de R$ 2,9 bilhões para o Rio de Janeiro. "Não vimos uma melhora estrutural da composição do resultado", diz.