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Após queda firme, juros futuros fecham com leve alta nesta segunda

05/09/2016 20h45

Num dia em que o dólar teve uma alta firme e foi para perto dos R$ 3,28, os juros futuros mantiveram o sangue-frio e mostraram discreta oscilação para cima nesta segunda-feira. De acordo com profissionais, continua prevalecendo no mercado a visão de que o Copom poderá começar a cortar os juros em outubro, leitura que alimentou o apetite vendedor no fim da semana passada e fez derreter uma boa parte do prêmio de risco que os contratos carregavam.

No encerramento do pregão regular, DI janeiro/2018 era negociado a 12,54%, ante 12,53% na sexta-feira. DI janeiro/2019 tinha taxa de 11,96%, ante 11,94%. E DI janeiro/2021 era negociado a 11,93%, ante 11,89% na sexta-feira.

Hoje, a queda das taxas foi interrompida pelo movimento do dólar - pressionado entre outras razões pela atuação do Banco Central, numa sessão de baixíssimo volume de negócios por causa do feriado americano do Dia do Trabalho. Mas também porque o mercado aguarda a divulgação da ata do Copom, nesta terça-feira. Embora o comunicado apresentado no dia da reunião já tenha antecipado em grande parte o conteúdo do documento, o mercado sabe que a ata de amanhã essa será uma oportunidade para o Banco Central corrigir ou corroborar a leitura que investidores fizeram do conteúdo do statement - mais especificamente da decisão do BC de retirar a frase em que dizia que o cenário atual impediria uma flexibilização da política monetária.

Além de buscar as razões que podem ter levado o BC a retirar essa afirmação, o mercado quer saber mais elementos sobre as condições impostas pelo BC para iniciar o corte de juros. E, a partir daí, tentará entender se os movimentos vistos até aqui foram excessivos ou se, de fato, é hora de continuar aplicando.

O DI janeiro/2018, aquele que concentra as apostas para o rumo da política monetária, caiu de 12,78%, no fechamento da quarta-feira passada, para 12,54% hoje - mesmo nível do pregão anterior. Já o DI janeiro/2019 recuou de 12,22% para 11,96% no período.

A continuidade da queda dos DIs dependerá, além do tom da ata, do movimento das expectativas de inflação, da inflação corrente - em especial dos preços de alimentos - e da agenda fiscal, condições estabelecidas pela autoridade monetária para que a Selic possa começar a cair. Assim, foi uma boa notícia o resultado da pesquisa Focus, mostrando uma nova queda das projeções de inflação. Ainda que seja um alívio marginal, ele coloca as projeções de volta na trajetória de baixa, após a interrupção da semana passada. Para 2016, a mediana das estimativas segue em 7,34% mas, para 2017, cedeu de 5,14% para 5,12% Já a projeção do IPCA para 2016 entre os Top 5 caiu de 7,45% para 7,42%.