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Indicadores da FGV sugerem recuperação lenta no emprego

06/09/2016 08h50

Os indicadores relativos ao mercado de trabalho da Fundação Getulio Vargas (FGV) trouxeram, em agosto, mais sinais de que o emprego ainda deve enfrentar uma deterioração de curto prazo antes de esboçar uma retomada mais clara. O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) subiu pela sexta vez consecutiva, com elevação de 1,1 ponto no oitavo mês deste ano, e chegou a 90,2 pontos, o maior patamar desde maio de 2011.

De acordo com FGV, tal resultado reforça a tendência de uma perda menor de empregos para os próximos meses. Em contrapartida, o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) recuou 1 ponto em agosto, para 95,8 pontos, sugerindo que o otimismo em relação à criação futura de novas vagas ainda não se reflete no mercado de trabalho atual.

"Os dados de agosto reforçam a perspectiva de geração de emprego no futuro com base no crescimento do IAEmp que atingiu níveis próximos aos de 2011. No entanto, o otimismo futuro não se reflete no ICD e mostra recuperação mais lenta. Com isso, os índices continuam apresentando tendência de elevação da taxa de desemprego no curto prazo e retomada da criação de emprego no médio e longo prazo", destacou em nota Fernando de Holanda Barbosa Filho, Economista da FGV/Ibre.

Os componentes que mais contribuíram para a alta do IAEmp em agosto foram os que medem o otimismo com a evolução dos negócios nos seis meses seguintes (alta para 9,7 pontos) e o grau de satisfação com a situação atual dos negócios (de 2,9 pontos), ambos da Sondagem de Serviços.

Em relação ao ICD, as classes de renda familiar que mais contribuíram para a queda do indicador foram as dos consumidores com rendimentos familiares mensais até R$ 2.100,00 e entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00, cuja percepção de facilidade de se conseguir emprego caiu 2,5 pontos e 1,8 ponto, respectivamente.

O IAEmp é construído como uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor. O ICD é construído a partir de dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, do quesito da Sondagem do Consumidor que capta a percepção do entrevistado a respeito da situação presente do mercado de trabalho.