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Juros futuros têm queda limitada com divulgação de ata do Copom

06/09/2016 19h25

A leitura da ata do Copom, que corrobora a expectativa de corte da Selic em outubro, e o ambiente internacional mais afeito ao risco deram o tom ao mercado de juros nesta terça-feira. A queda das taxas foi limitada pelo fato de boa parte do prêmio de risco já ter sido consumido desde a reunião do Copom, quando o comunicado colocou à mesa a perspectiva de início do ciclo de alívio monetário.

A ata reiterou a mensagem já apresentada no comunicado da decisão de que um corte de juros em outubro será considerado. Na visão dos profissionais, a publicação da ata seria uma oportunidade para o BC corrigir essa leitura. E como isso não ocorreu, a confiança nessa aposta aumentou.

No encerramento do pregão regular, o DI janeiro/2018 era negociado a 12,50%, ante 12,54% ontem. Já DI janeiro/2019 operava a 11,90%, ante 11,96%. E o DI janeiro/2021 cedeu de 11,93% para 11,85%.

"Quem achou que o mercado tinha exagerado na interpretação do comunicado do Copom não encontrou argumento para essa leitura na ata". Essa é a avaliação do sócio gestor da Modal Asset Management, Luiz Eduardo Portella, referindo-se ao avanço da expectativa de corte de juros em outubro desde a última reunião do Copom.

Portella chama a atenção para o fato de que a projeção para o IPCA no cenário de referência segue em 4,5% e cai para 5,1% no cenário de mercado, a despeito da alta de 0,5 ponto percentual da projeção de alta dos preços administrados no ano que vem, para 5,8% e da piora da estimativa para a inflação em 2016, que subiu de 6,75% para 7,3%. "Esses choques poderiam prejudicar o cenário para o ano que vem, mas isso não aconteceu", observa.

Em relatório, o diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, reiterou sua visão de que a taxa Selic deve começar a cair em outubro. "A expectativa de melhora da inflação acumulada em 12 meses, bem como das expectativas, os avanços esperados na tramitação das reformas fiscais reforçam nossa visão de que o comitê deverá iniciar um novo processo de redução da taxa Selic a partir de outubro. Assim, esperamos que a taxa básica de juros termine este ano em 13,25%", afirma.

Como os juros futuros já haviam se adequado à possibilidade de o BC cortar a Selic a partir de outubro, não houve reação hoje à leitura da ata, explica o estrategista de investimento do UBS Wealth Management, Ronaldo Patah. E, com a queda observada nessas taxas, o prêmio oferecido já está "mais magro". "O grande movimento foi no pós-Copom, quando o mercado colocou no preço o corte em outubro. Como a ata só referendou, não teria motivo para uma queda adicional", diz.