IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Inflação prevista pelo consumidor segue em 9,8% em setembro, nota FGV

26/09/2016 10h20

A expectativa dos consumidores para a inflação nos próximos 12 meses ficou estável em setembro em 9,8%, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), que destacou ser a primeira vez desde julho de 2015 que o indicador fica dois meses seguidos abaixo de 10%.

Apesar da estabilidade, a economista da FGV Viviane Seda afirmou que a percepção dos consumidores ainda mostra resistência, quando comparada com a de especialistas. "Tanto as expectativas dos especialistas quanto dos consumidores iniciaram movimento de queda em março desse ano. Mas a desaceleração medida em pontos nesse período mostra um impacto relativo mais intenso entre especialistas que entre consumidores", diz em nota.

A relutância nas projeções dos consumidores pode, segundo a economista, estar atrelada a uma persistência da alta dos preços dos alimentos até o mês passado, embora existam sinais de acomodação ao longo de setembro.

Entre as classes de renda, há expectativa de desaceleração da inflação tanto pelos consumidores com menor renda quanto entre os de maior poder aquisitivo. Para os consumidores com renda familiar acima de R$ 9.600, a inflação prevista vem se reduzindo há sete meses consecutivos. Entre os consumidores de menor poder aquisitivo, essa perspectiva vem se mantendo nos últimos três meses.

"Para os consumidores com renda entre R$ 2.100 e R$ 4.800, a tendência não é tão evidente e o indicador tem oscilado bastante; enquanto entre os que ganham entre R$ 4.800 e R$ 9.600, a expectativa tem se mantido em torno de 10%", aponta a FGV.

Considerando-se a distribuição de respostas, a proporção dos consumidores pesquisados que esperam inflação superior a 10% nos próximos 12 meses caiu de 34,7% para 34,3%. Houve aumento, de 5,3% para 6,7%, da proporção de consumidores prevendo inflação entre a meta (4,5%) e o limite superior de tolerância (6,5%); e da proporção dos que preveem inflação entre 6,5% e 9%, de 35,1% para 36,2%.