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Bovespa fecha em queda com incertezas sobre eleição dos EUA

01/11/2016 18h50

O Ibovespa abriu em alta, puxado por balanços acima do esperado, mas não resistiu ao aumento de aversão a risco no mundo e aprofundou as perdas. O índice fechou em queda de 2,46%, para 63.326 pontos, enquanto S&P500 perdeu 0,68%.

Segundo operadores, pesou sobre os negócios a pesquisa nos EUA que mostrou o candidato republicano Donald Trump à frente da democrata Hillary Clinton na corrida presidencial americana, com 46% a 45%, ainda dentro da margem de erro de três pontos.

Além disso, o mercado adota um tom de cautela antes da reunião do Banco Central dos Estados Unidos, que decide amanhã sobre a taxa de juros do país. Os mercados brasileiros estarão fechados, em razão do dia dos Finados. O diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer, o mercado está mais focado no tom do comunicado que acompanhará a reunião do Fomc. "O que todo querem entender é como será o jogo do juro ano que vem nos EUA", disse.

O volume financeiro foi bem forte e somou R$ 9,6 bilhões. Profissionais do mercado dizem que o Ibovespa aproveitou o cenário negativo para devolver lucros, já que subiu quase 50% no ano e 11,2% em outubro. Um operador comentou que a realização do Ibovespa é saudável e que o forte volume foi um bom sinal de ajuste.

Entre as maiores quedas estiveram Cemig PN (-5,7%), Usiminas PNA (-5,3%), Petrobras PN (-4,69%), CSN (-4,66%) e BB ON (-4,61%). No ano, Usiminas é o papel que mais sobe no Ibovespa, com alta de nada menos que 182%. CSN sobe 157% e Petrobras PN ganha 153%.

Multiplan caiu 3,4% após a empresa divulgar balanço do terceiro trimestre. O lucro líquido ficou estável em R$ 58 milhões, na comparação com igual período do ano anterior.

Smiles ON recuou 1,3%. A empresa de programas de fidelidade controlada pela companhia aérea Gol apresentou lucro líquido de R$ 144,7 milhões no terceiro trimestre, avanço de 46,8% sobre mesmo período no ano anterior. Para a Guide, o balanço foi positivo. "Apesar do cenário macroeconômico, a empresa continua entregando aumento de sua eficiência operacional. O resultado mais uma vez foi sólido, registrando aumento da eficiência e reportando evolução significativa no lucro líquido do período", diz a casa. Os papéis caem hoje devolvendo parte dos lucros do ano, de 78%.

Do lado positivo, apenas sete papéis subiram. Embraer liderou, com +3,5% e após uma sequência de quedas. No ano, os papéis recuam 40,6%. Também subiram Vale ON (+1%) e Vale PNA (+0,68%). No caso de Vale, dados positivos vindos da China contribuíram para a alta de várias commodities. O PMI industrial (índice de gerente de compras) oficial da China avançou para 51,2 em outubro, ante 50,1 em setembro, enquanto o PMI do Caixin subiu a 51,2 ante 50,1, na mesma base de comparação. O minério de ferro em Qingdao subiu 1,48%, para US$ 65,33 a tonelada.

Fora do Ibovespa, as ações da Helbor caíram 3,94%, entre os destaques de queda do mercado. A companhia divulgou ontem à noite que registrou vendas contratadas totais de R$ 145,7 milhões no terceiro trimestre, queda de 35,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Considerando apenas a parte Helbor, as vendas caíram 31,8%.

As ações ON da MMX dispararam pelo segundo pregão seguido na Bovespa, com alta de 8,15%. Os papéis ainda reagiram à notícia de que a MMX Sudeste deu um passo importante para avançar em seu plano de recuperação judicial. A empresa oficializou a venda de duas minas de minério de ferro. O valor total estimado é de R$ 207 milhões, dos quais R$ 70 milhões pagos à vista.