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Bovespa perde 4,21% na semana com apreensão sobre eleição nos EUA

04/11/2016 18h40

O Ibovespa teve um dia de bastante volatilidade. O índice chegou a subir 1,53% durante à tarde, mas fechou em baixa de 0,25% aos 61.598 pontos. Na semana, a queda é de 4,21%. De acordo com operadores, essa instabilidade é reflexo da apreensão dos investidores com a proximidade da eleição presidencial nos Estados Unidos.

A disputa entre a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump será decidida na terça-feira. As pesquisas mais recentes mostram um empate técnico entre os dois candidatos. Uma vitória de Trump pode trazer volatilidade às bolsas americanas e, consequentemente, ao mercado brasileiro.

"Essa volatilidade no pregão de hoje aconteceu porque os investidores estão receosos em montar posições mais longas sem saber quem vai governar os Estados Unidos nos próximos quatro anos", diz um operador.

Também contribuiu para a queda da bolsa de valores a baixa no preço do barril do petróleo. Os contratos de petróleo do tipo WTI com vencimento em dezembro caíram 1,25% e eram negociados a US$ 44,10 o barril. Os contratos do tipo Brent com vencimento em agosto tiveram baixa de 1,62% e valiam US$ 45,60. As ações da Petrobras, que têm participação importante no Ibovespa, também fecharam em baixa. As ações preferenciais caíram 0,87% e os papéis ordinários da estatal tiveram baixa de 0,12%.

No final da manhã, os Estados Unidos divulgaram o relatório de emprego do mês passado e o Ibovespa chegou a subir. O documento mostrou que o ritmo de contratos permaneceu firme, levando a taxa de desemprego a cair e a renda salarial a se acelerar ao ritmo mais forte desde o encerramento da última recessão no país, em meados de 2009, de acordo com dados do Departamento de Trabalho.

Em relação ao mês anterior, houve a criação de 161 mil vagas em outubro, em termos líquidos, com ajuste sazonal, e os dados referentes a setembro foram revisados para cima, para 191 mil novos postos de trabalho. A taxa de desemprego caiu de 5% em setembro para 4,9% em outubro.

Entre a ações mais negociadas no Ibovespa, os destaques de alta ficaram com os papéis ordinários do Pão de Açúcar, que subiram 3,46%. O Grupo Pão de Açúcar (GPA) anunciou que avalia "alternativas estratégicas" de investimentos em sua subsidiária indireta Via Varejo. Entre as hipóteses a serem analisadas está a venda da companhia. A decisão foi anunciada pelo conselho de administração do GPA e segundo a companhia, alinha-se com a estratégia da gerência de continuar priorizando o negócio de alimentos.

Outro destaque de alta foram as ações ordinárias da CCR, que subiram 3,03%. A empresa divulgou lucro líquido atribuível aos controladores de R$ 1,15 bilhão no terceiro trimestre. O crescimento se deve principalmente ao efeito da entrada dos recursos da venda da sua participação de 34,2% do capital social da Serviço e Tecnologia de Pagamento (STP), dona do Sem Parar.

As maiores quedas do dia ficaram com os papéis ordinários da Rumo Logística, com baixa de 4,09%, seguidos pelas ações da Lojas Renner, com queda de 2,92% e da Usiminas PNA, com queda de 3%.

O banco Credit Suisse reviu para baixo as projeções para o desempenho das Lojas Renner para o período entre 2016 e 2018, levando em consideração mudanças no cenário macroeconômico, os resultados do terceiro trimestre da companhia e hipóteses de novos negócios. O banco reduziu em 2,2% a estimativa para o lucro em 2016. Para 2017, o queda no lucro deve ser de 10,5% e para 2018, de 17,2%. Mesmo assim, o Credit Suisse manteve o preço-alvo para as ações em R$ 31, com recomendação de compra, por considerar que a companhia ainda apresenta perspectiva de expansão da margem de lucro de 2017 até 2018 e adiante. As ações fecharam cotadas a R$ 24,29.

O giro financeiro do Ibovespa ficou em R$ 6,6 bilhões.