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Bovespa cai 3,25% e volume de negócios é o maior desde março

10/11/2016 18h40

Analistas consideram que os mercados financeiros devem ingressar em um período de volatilidade. No longo prazo, eles acreditam que será difícil prever os reflexos das possíveis medidas que devem ser anunciadas pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para os mercados. Hoje, o Ibovespa teve bastante volatilidade durante o dia, acompanhando a forte desvalorização de moedas emergentes, incluindo o real. O Ibovespa chegou a cair 4,27% durante o pregão, uma perda de 2.705 pontos, mas fechou com baixa de 3,25% aos 61.201 pontos.

A cotação do dólar subiu 4,69% para R$ 3,3609. O movimento foi impulsionado por uma série de "stop-loss" no mercado futuro por investidores vendendo ativos do Brasil e realizando lucros para cobrir prejuízos nos mercados de risco no exterior, em meio às incertezas sobre inflação e juros nos Estados Unidos.

A venda de ações foi intensa e o giro financeiro atingiu R$ 13,7 bilhões, o maior movimento de negócios desde 4 de março deste ano, quando o Ibovespa movimentou R$ 14,726 bilhões. Esse montante financeiro é quase o dobro da média diária mensal de negócios, de R$ 6,6 bilhões, em novembro.

Entre as ações mais negociadas, os destaques de alta ficaram com os papéis PNA da Suzano Papel e Celulose que subiram 13,57% e os papéis ordinários da Fibria tiveram alta de 11,12%. Essas empresas têm receita em dólar e são beneficiadas pela alta na cotação da moeda. Também sobem as ações das empresas ligadas ao setor de commodities, cujos preços estão em alta no mercado internacional.

"O preço das commodities subiu bastante nos últimos dias, o que favorece essas ações", diz Felipe Hirai, estrategista de ações do Bank of America Merryll Lynch. Outro fator que impulsiona o preço desses papéis é a possibilidade de que o presidente eleito Donald Trump invista em obras de infraestrutura no país.

As ações ordinárias da Vale tiveram alta de 7,48%, os papéis PNA da empresa subiram 8,21%. As ações preferenciais da Gerdau, tiveram ganho de 3,82%, os papéis ordinários da CSN subiram 3,78% e as ações da Gerdau Metalúrgica tiveram alta de 5,42%.

Entre as ações que fazem parte do sistema financeiro, o dia foi de quedas. Os papéis ordinários do Banco do Brasil caíram 6,41%, as ações preferenciais do Bradesco tiveram baixa de 8,92%, os papéis do Itaú Unibanco caíram 4,98%, as ações do Santander tinham baixa de 4,56%.

O Bradesco divulgou hoje que teve lucro líquido ajustado de R$ 4,462 bilhões no terceiro trimestre, o primeiro em que consolidou as operações em seu balanço. O número representa queda de 1,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Se excluído da conta o efeito do HSBC, o recuo foi de 4,8%. Em termos contábeis, o Bradesco lucrou R$ 3,236 bilhões de julho a setembro. O recuo nominal é de 21,5% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, mas a comparação é prejudicada pelo efeito da consolidação do HSBC. Analistas ouvidos pelo Valor projetavam, na média, queda de 9% no lucro ajustado do Bradesco.

Outras quedas do dia ficaram com as ações da Petrobras. As ações ordinárias tiveram baixa e 4,99% e os papéis preferenciais caíram 6,91%. A baixa acompanhou a desvalorização do preço do petróleo no mercado internacional. Os contratos de petróleo tipo WTI com vencimento em dezembro fecharam em baixa de 1,35% a US$ 44,66 o barril. Logo mais, após o fechamento do pregão, a Petrobras divulga o resultado financeiro do terceiro trimestre.