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Bolsa apresenta volatilidade e dólar sobe mesmo com ação do BC

14/11/2016 13h30

A véspera do feriado é marcada pela volatilidade e o fraco giro financeiro no mercado de ações. Às 13h10, o índice operava com alta de 0,71% aos 59.624 pontos. O volume financeiro de negócios era de R$ 2,81 bilhões.

De acordo com operadores, o movimento de alta do Ibovespa ocorre após três dias de quedas consecutivas.

As bolsas americanas, que começaram a operar às 12h30, tinham comportamentos distintos. O índice S&P 500 subia 0,13%, o Dow Jones tinha alta de 0,30% e o Nasdaq recuava 0,14%.

Os papéis da CSN tinham alta de 4,99%. A empresa divulgou que o prejuízo no terceiro trimestre recuou 80%, para R$ 106,6 milhões, na comparação com o mesmo período do ano anterior. A receita da companhia subiu 13,6% de julho a setembro, para R$ 4,47 bilhões.

Entre as maiores queda do dia estavam os papéis ordinários da Rumo Logística, com baixa de 5,44%, seguidos pelos papéis ordinários da EcoRodovias, com baixa de 3,31% e as ações da MRV, com queda de 2,15%.

As ações PNA da Braskem operavam em baixa de 2,45%.

Na semana passada, a Braskem anunciou que teve lucro líquido atribuível aos acionistas controladores de R$ 889,43 milhões no terceiro trimestre, queda de 43,2% sobre o mesmo período do ano passado. A receita líquida da empresa totalizou R$ 12,16 bilhões entre julho e setembro deste ano, recuo de 7,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

As ações da Petrobras operavam com movimentos distintos. Os papéis preferenciais da estatal tinham leve alta de 0,21% e os papéis ordinários tinham baixa de 0,12%. O preço do barril de petróleo no mercado internacional operava em queda. Os contratos de petróleo tipo WTI para dezembro caíam 1,54% a US$ 42,77 o barril. Os contratos do tipo Brent para janeiro tinham queda de 1,18% a US$ 44,23 o barril.

O preço do minério de ferro no mercado internacional interrompeu uma sequência de altas e fechou em baixa de 2,6% a US$ 77,77 a tonelada. Mesmo assim, as ações PNA da Vale subiam 3,81% e os papéis ordinários tinham alta de 2,62%.

Entre as ações que compõem o sistema financeiro, os papéis ordinários do Banco do Brasil subiam 1,85%, as ações preferenciais do Bradesco tinham alta de 1,51% e as ordinárias ganhavam 0,86%, as ações do Itaú Unibanco tinham alta de 0,89% e os papéis Unit do Santander registravam alta de 0,76%.

Câmbio

O dólar volta a subir frente ao real nesta segunda-feira, mas as variações são mais contidas, depois do estresse da semana passada que catapultou a moeda às maiores altas em oito anos.

Não por coincidência, a desaceleração da moeda ocorre simultaneamente a algum arrefecimento das altas dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano. A disparada das taxas de juros de mercado nos EUA é apontada como a responsável pelo forte ajuste de posições no câmbio global, que em alguns momentos foi mais forte no Brasil, cuja moeda chegou a se valorizar 20% neste ano.

Analistas dizem que o cenário à frente vai depender do comportamento dos Treasuries, que será determinado pelo tom do candidato eleito à Presidência dos EUA, Donald Trump. As propostas de campanha de Trump são consideradas inflacionárias, o que pode forçar o Federal Reserve (Fed, banco central americano) a subir mais os juros nos próximos anos.

O BC fez hoje rolagem de todos os 15 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão, adiando o vencimento - e, portanto, a retirada - de US$ 750 milhões do mercado futuro.

É o segundo leilão de rolagem que o BC realiza desde a semana passada, quando a autoridade monetária retomou essas operações por causa da disparada do dólar. Na sexta, o BC também rolou 15 mil papéis, além de injetar quase US$ 1 bilhão via ofertas líquidas desses papéis, o que não ocorria desde setembro de 2015.

Às 13h20, o dólar comercial subia 1,60%, a R$ 3,4494, depois de alcançar uma máxima de R$ 3,4728. No mercado futuro, o dólar para dezembro avançava 1,79%, a R$ 3,4710, depois de bater R$ 3,4915.

Juros

As taxas de juros tornam a subir nesta segunda-feira, sessão espremida entre o fim de semana e o feriado da Proclamação da República. O mercado de prefixados segue impactado pela pressão no câmbio, a exemplo da semana passada. Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano mantêm alta, empurrando o dólar e os DIs para cima.

A disparada das taxas de juros na semana passada gerou perdas importantes no mercado de renda fixa e já mexe nas recomendações de grandes "players" do mercado. O BNP Paribas, por exemplo, decidiu encerrar posição em taxas reais de juros no Brasil via NTN-B. Embora a posição não tenha sido alvo de "stop loss", a equipe de estratégia de renda fixa para a América Latina, liderada por Gabriel Gersztein, considera mais "apropriado" reduzir risco neste momento e se focar em outras estratégias com expectativa de retorno substancial.

A forte alta dos juros leva o mercado a apostar na probabilidade de o BC manter a Selic estável neste mês.

Às 13h21, o DI janeiro de 2021 ia a 12,410%, contra 11,990% no ajuste anterior. O DI janeiro de 2019 subia a 12,23%, ante 11,870% no último ajuste. O DI janeiro de 2018 apontava 12,520%, em relação a 12,330% no ajuste anterior.