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Dólar fecha em queda com aumento da atuação do BC

18/11/2016 18h00

O aumento da atuação do Banco Central no mercado de câmbio ajudou a interromper a escalada de alta do dólar desde a vitória de Donald Trump na eleição presidencial americana e contribuiu para que a moeda americana encerrasse a semana em queda frente real.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira em queda de 1,06% a R$ 3,3865. Com isso, a moeda americana encerra a semana em baixa de 0,26% e acumula alta de 6,20% no mês. No ano, o dólar cai 14,40% no ano.

No mercado futuro, o contrato para dezembro recuava 1,08% para R$ 3,397.

A atuação do BC no câmbio fez com que o real liderasse os ganhos frente ao dólar entre as principais moedas emergentes hoje.

O Banco Central vendeu hoje mais 10 mil contratos de swap cambial tradicional , que equivalem a uma venda de US$ 500 milhões no mercado futuro. Com isso, a autoridade monetária já injetou no mercado US$ 2,453 bilhões via esses derivativos com o objetivo de oferecer liquidez e hedge para os agentes de mercado.

Além disso, o BC renovou mais 20 mil contratos de swaps cambiais tradicionais que vencem em 1º de dezembro, elevando para US$ 4,5 bilhões o total já renovado do lote de US$ 6,490 bilhões nesses derivativos que vence no fim do mês.

Os ganhos do real, que aceleram na segunda metade da semana, já levantam o debate sobre por quanto tempo o BC ainda deve atuar para dar suporte ao câmbio. A dúvida maior é sobre as ofertas líquidas de swaps cambiais tradicionais. Desde setembro de 2015 o BC não realizava esse tipo de operação, que equivale a uma venda de dólar no mercado futuro.

Os analistas não esperam que o BC vá fazer um programa diário de leilões de venda de swap tradicional , mas deve atuar enquanto houver uma volatilidade mais alta e o real descolar dos pares.

Alguns analistas entendem, no entanto, que o grau de incerteza que ainda é elevado e deve permear o sentimento dos investidores nos próximos meses, em meio a dúvidas sobre o governo de Donald Trump nos EUA e a política monetária americana. O Goldman Sachs projeta que o dólar cairá para R$ 3,25 no fim deste ano. O banco espera que o real tenha, até o fim deste ano, a melhor performance entre as principais divisas da América Latina. O banco vê as moedas de Chile, Peru, Colômbia e Venezuela praticamente estáveis até 31 de dezembro e trabalha com uma depreciação em torno de 2% do peso argentino.