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Bolsa sobe mais de 1% seguindo cena externa; dólar ronda R$ 3,35

21/11/2016 13h35

O Ibovespa tem um começo de semana positivo, que melhorou após a abertura em alta de Nova York. O índice local, que subia em torno de 1% até as 12h30, ampliou os ganhos e avançava 1,48% às 13h17, somando 60.847 pontos. Analistas dizem que, com as taxas de retorno dos títulos do Tesouro americano em queda, recuperam-se as moedas dos emergentes e os preços das commodities. Ações de estatais e de companhias que vendem commodities eram destaque positivo.

As ações do Banco do Brasil lideravam as altas do Ibovespa desde a abertura, com ganho de 6,13%. Os papéis reagem à notícia de que a instituição anunciou uma reestruturação administrativa, com fechamento de agências e um plano de aposentadoria antecipada, num esforço para alinhar a sua lucratividade à dos bancos privados e para fortalecer a sua estrutura de capital para cumprir as regras de Basileia 3 sem precisar de aportes de capital do Tesouro Nacional.

Segundo fato relevante ao mercado, 379 agências serão transformadas em postos de atendimento (PAs) e outras 402 serão desativadas, num universo de 5.430 agências do banco federal, além de serem extintas 31 superintendências regionais.

Petrobras PN subia 5,23% e a ON ganhava 4,14%. O petróleo tem alta consistente no mercado internacional, depois de o ministro do Petróleo do Iraque ter dito no domingo que o país vai apresentar novas propostas na reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) na próxima semana.

O dia positivo para commodities também puxava as ações de mineração e siderurgia. Usiminas PNA avançava 3,01%, CSN tinha alta de 3,68% e Gerdau PN aumentava 2,86%.

Fora do Ibovespa, as ações ON da Oi registravam elevação de 4,15%. Os papéis reagem à notícia divulgada pelo Valor de que a empresa analisa a possibilidade de fusão, em um cenário de médio e longo prazos, com a Sky, controlada pela americana AT&T, e a TIM Brasil, segundo duas fontes próximas à operadora. A consolidação dependeria principalmente de a companhia - em processo de recuperação judicial - equacionar suas dívidas, superiores a R$ 65 bilhões.

Câmbio

O dólar volta a cair ante o real nesta segunda-feira, a caminho de registrar a pior sequência de dois pregões em dois meses. As vendas da moeda americana são influenciadas diretamente pelo exterior, onde a divisa perde ante várias moedas em meio à interrupção das fortes altas dos juros de mercado nos Estados Unidos.

Os mercados continuam a acomodação vista desde o fim da semana passada, quando investidores começaram a realizar lucros passado o forte movimento de alta do dólar e reavaliaram o espaço que Donald Trump terá para implementar suas propostas de campanha.

No Brasil, o alívio do câmbio também teve grande influência do Banco Central (BC), que fez na semana passada ofertas líquidas e rolagens de swap cambial tradicional, combinando ferramentas que não utilizada havia mais de um ano.

Hoje, o BC realizou, por ora, oferta líquida de swap cambial, mas manteve a operação de rolagem, por meio da qual preservou US$ 1 bilhão no mercado de câmbio. Em quatro leilões de oferta líquida, a autoridade monetária colocou no mercado futuro o equivalente a quase US$ 2,5 bilhões, o que não ocorria desde setembro de 2015. Pelas rolagens, já adiou a retirada de US$ 5 bilhões do mercado.

Com as rolagens e colocações líquidas, o estoque de swaps cambiais tradicionais deve fechar novembro com a primeira alta mensal significativa desde setembro do ano passado. Ao longo de todo este ano, o BC conseguiu manter o estoque virtualmente estável ou em queda, conforme o dólar caía. O estoque está hoje em US$ 26,559 bilhões, US$ 1,203 bilhão acima do fim de outubro.

No Rio, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, repetiu que a autarquia pode usar os instrumentos de que dispõe em momentos de falta de liquidez. Voltou a defender, contudo, o regime de câmbio flutuante.

Às 13h22, o dólar comercial recuava 0,96%, a R$ 3,3539, depois de marcar na mínima R$ 3,3405, menor patamar desde 10 de novembro. Em dois dias, o dólar cai cerca de 2,2%, maior baixa para o período desde 16 de setembro.

No mercado futuro, o dólar para dezembro cedia 1,03%, a R$ 3,3620, após registrar R$ 3,3515.

No exterior, as principais moedas emergentes têm alta. A correção de alta dessas divisas foi intensificada por comentários da segunda principal autoridade do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Stanley Fischer. Fischer alertou sobre impactos negativos do dólar forte sobre as exportações americanas.

A forte alta do dólar no mundo nas últimas duas semanas está ligada à ideia de que os planos do presidente eleito nos EUA, Donald Trump, de expandir gastos podem gerar mais inflação e levar o Fed a subir mais os juros.

Juros

As taxas de juros futuros negociadas na BM&F tornam a cair nesta segunda-feira, pressionadas pela queda do dólar e pelo ambiente global de busca por risco, com algum alívio nos receios em torno da política de Trump nos EUA.

Pesquisa Valor mostra que 28 de 39 economistas consultados esperam corte de 0,25 ponto na taxa básica de juro. Quatro profissionais projetam que o BC sequer mexerá na Selic, mantendo a taxa em 14% ao ano.

A queda das taxas hoje ocorre a despeito de o Tesouro Nacional não realizar operação de recompra de papéis, o que fez na semana passada. Em comunicado nesta manhã, porém, o Tesouro informou que poderá realizar leilões extraordinários de compra de títulos públicos, com o objetivo de "fornecer suporte ao bom funcionamento desse mercado".

Às 13h27, o DI janeiro de 2021 - mais sensível ao ambiente externo - caía a 11,970% ao ano, frente a 12,150% no ajuste anterior.

O DI janeiro de 2019 cedia a 11,790%, contra 12,000% no último ajuste. E o DI janeiro de 2018 recuava a 12,240%, ante 12,380% do ajuste de sexta-feira.