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Bovespa sente queda das commodities e fecha negativa

29/11/2016 18h36

As ações das empresas de commodities caíram e derrubaram o Ibovespa. O índice fechou com baixa de 2,97% aos 60.987 pontos. O volume financeiro de negócios ficou em R$ 6,4 bilhões, abaixo da média diária de novembro, que é de R$ 7,4 bilhões. A queda das ações das empresas de commodities segue a baixa do preço desses produtos no mercado internacional.

O valor da tonelada do minério de ferro recuou 4,37% para US$ 77,30 a tonelada negociada no porto de Qingdao, na China. As ações da Vale fecharam em baixa. Os papéis ordinários da empresa recuaram 5,90% e as ações PNA tiveram baixa de 4,18%. As ações ordinárias da Bradespar recuaram 7,22%.

O presidente da Vale, Murilo Ferreira, afirmou hoje, em apresentação a investidores em Nova York, que desde 2011 a mineradora vendeu quase US$ 13 bilhões em ativos, o que possibilitou à companhia manter o foco em ativos de classe mundial. Segundo Ferreira, o foco da companhia continua sendo o de ter a dívida líquida entre US$ 15 bilhões e US$ 17 bilhões. Ele afirmou que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Vale no minério de ferro vai aumentar de US$ 3 a US$ 5 por tonelada até 2020.

A cotação do petróleo no mercado internacional caiu com os investidores aguardando a reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), amanhã, em Viena, que pode chegar a um acordo para cortar a produção de petróleo. Aqui, as ações preferenciais da Petrobras recuaram 5,17% e os papéis ordinários tiveram baixa de 5,28%.

As ações das duas empresas, Vale e Petrobras, têm uma participação importante na composição do Ibovespa e o desempenho negativo ajudou a colocar o índice para baixo. Mas a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos no terceiro trimestre também teve efeito negativo sobre o Ibovespa.

O crescimento da economia dos Estados Unidos no terceiro trimestre foi mais forte do que o inicialmente previsto para o período, de acordo com a primeira revisão do PIB, divulgada pelo Departamento de Comércio. O PIB, ajustado à inflação e a variações sazonais, subiu a uma taxa anual de 3,2% no terceiro trimestre, a mais forte em dois anos.

Entre as ações mais negociadas, os destaques de alta ficaram com os papéis ordinários da Fibria, com alta de 4,12% e os papéis PNA da Suzano, com alta de 2,77%. As ações dessas empresas, que são exportadoras de celulose, subiram acompanhando a valorização do dólar, que teve alta de 0,37% a R$ 3,3960.

Além disso, os preços da celulose de fibra curta, especialidade dos produtos brasileiros, registraram altas na última semana, na esteira do reajuste para a Ásia, anunciado em outubro, de US$ 20 por tonelada. Segundo a consultoria Foex, a cotação à vista na China subiu cerca de US$ 8 na última semana, chegando a US$ 512,20 a tonelada. Na Europa, o aumento foi de aproximadamente US$ 1,50, a US$ 656,29 a tonelada.

A Suzano anunciou ontem a conclusão da operação de captação de R$ 1 bilhão por meio da primeira emissão de títulos verdes no mercado local, em uma operação de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), lastreada em notas de crédito à exportação.