Topo

Dólar sobe e encosta em R$ 3,40 com PIB dos EUA e queda do petróleo

29/11/2016 17h41

O dólar fechou em alta frente ao real, acompanhando o movimento no exterior, sustentado pelo dado melhor que o esperado do PIB americano do terceiro trimestre e pela queda do preço do petróleo.

O PIB americano cresceu 3,2% no terceiro trimestre, acima da expectativa dos analistas que era de um avanço de 3% no período. A leitura preliminar havia apontado para um crescimento de 2,9% do PIB americano.

O dado reforça a expectativa de que o Federal Reserve deve retomar o ciclo de aperto monetário em dezembro.

Hoje o integrante do Federal Reserve com direito a voto, Jerome Powell, afirmou que os argumentos para a elevação da taxa de juros têm se fortalecido desde o último encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc).

Já o preço do barril do petróleo recuou no exterior em meio às dúvidas quanto à capacidade da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) alcançar um acordo para cortar a produção e a preocupação com o excesso de oferta.

Essas notícias acabaram contribuindo para a queda das moedas emergentes frente ao dólar.

No mercado local, o dólar subiu 0,37% cotado a R$ 3,3960, enquanto o contrato para dezembro avançava 0,34% para R$ 3,397.

A piora do cenário político nos últimos dias aumentou a cautela nos mercados.

Investidores aguardam a votação no primeiro turno no Senado da PEC dos gastos, que prevê um teto para o aumento das despesas do governo limitado à inflação. "A aprovação da PEC dos gastos já é algo dado para o mercado. Mas uma votação a favor da medida muito expressiva pode ajudar a dar legitimidade para o governo e mostrar que ele não perdeu capital político", diz Rogério Braga, sócio e gestor da Quantitas.

O gestor destaca que apesar do governo poder avançar na agenda de ajuste fiscal, o cenário mudou e há mais riscos tanto do lado doméstico quanto externo. "Há muitos riscos à frente, como a delação premiada da Odebrecht e chance de novos vazamentos das gravações realizadas por Calero [Marcelo Calero, ex-ministro da Cultura]", afirma Braga.

Do lado externo, afirma o gestor, há preocupação com uma política mais inflacionária do novo presidente americano Donald Trump, que pode aumentar a pressão de alta das taxas dos Treasuries.

Para a consultoria Capital Economics, boa parte desse ajuste com a vitória de Trump nos Estados Unidos já está refletido nos preços das moedas e das ações da América Latina.

A consultoria alterou a projeção para o câmbio no Brasil e espera um dólar a R$ 3,35 no fim de 2016 e a R$ 3,25 no fim de 2017. "Embora as perspectivas para os mercados financeiros permaneçam incertas, achamos que quedas acentuadas na maioria das moedas da região provavelmente já aconteceram", destaca em relatório.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Dólar sobe e encosta em R$ 3,40 com PIB dos EUA e queda do petróleo - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade


Economia