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Mercado segue em ritmo lento em penúltima sessão do ano

28/12/2016 14h05

Na penúltima sessão do ano, o mercado de juros DI segue marcado por fraco volume de negócios e oscilações bastante moderadas. Segundo operadores, a acomodação dos prêmios de risco reflete um mercado sem disposição a assumir novas posições por ora, mas que mantém a expectativa de implementação do ajuste fiscal.

Essa ideia, segundo dizem profissionais, foi referendada por notícias de que o governo só pretende sancionar o projeto sobre a renegociação das dívidas dos Estados se houver acordo com os parlamentares para restabelecer as contrapartidas exigidas das gestões estaduais, retiradas pelos deputados no texto aprovado há uma semana.

"Isso passa a impressão de que o governo não quer deixar o Congresso decidir à revelia como será o ajuste fiscal, de que ainda há algum senso de urgência para esse problema", diz o operador de renda fixa de uma corretora.

Por outro lado, diz ele, aumenta o risco de embates entre Legislativo e Executivo, o que seria prejudicial à aprovação de novas reformas, como a da Previdência. "Mas o mercado vê o governo mais com a ?faca e o queijo na mão' do que o Congresso, cuja popularidade só cai."

Por volta das 13h50, o DI janeiro de 2021 tinha taxa de 11,390% ao ano, frente a 11,380% do ajuste anterior. O DI janeiro de 2019 indicava 11,080%, contra 11,060% do ajuste de ontem. E o DI janeiro de 2018 recuava a 11,540%, contra 11,560% no ajuste anterior.

Dólar

O dólar tenta firmar alta contra o real nesta quarta-feira, depois de passar toda a manhã oscilando em torno da estabilidade e testar quedas moderadas. De forma geral as operações seguem o exterior, onde a moeda flerta com máximas em 14 anos frente ao euro e uma cesta de divisas.

Às 13h55, o dólar comercial subia 0,19%, a R$ 3,2822. O dólar para janeiro tinha alta de 0,27%, a R$ 3,284.

A fraca liquidez acaba exacerbando os movimentos e reduz a representatividade das oscilações. Porém, a alta contínua da moeda no exterior respalda expectativas de analistas de que 2017 deverá ser um ano de firmes ganhos para a divisa americana, caso se confirmem mais altas de juros por causa das políticas de aumento de gastos do futuro presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Da fraca agenda doméstica, chamaram atenção números do fluxo cambial da semana passada, o maior em 20 meses. Entre os dias 19 e 23 o Brasil recebeu, em termos líquidos, US$ 7,030 bilhões. A conta comercial registrou entrada líquida de US$ 6,339 bilhões, a mais robusta desde a semana finda em 17 de maio de 2013. A entrada de recursos foi tamanha que fez o saldo no ano ficar positivo em US$ 1,825 bilhão, ante déficit de US$ 5,205 bilhões até o dia 16 de dezembro.

Bolsa

O Ibovespa tem um dia positivo, com alta de ações de mineradoras e ajustes em carteiras. Investidores aguardam o fim de 2016 e os negócios têm novamente volume mais fraco. O índice subia 1,59% pouco antes das 14h, para 59.631 pontos, puxado por ações de mineradoras. O giro financeiro das três primeiras horas de pregão era de R$ 950 milhões, o equivalente ao montante de uma hora em dias normais.

Os preços do minério de ferro subiram hoje novamente no mercado à vista chinês e caminham para confirmar a alta generalizada no mês, no trimestre e no ano. A cotação do produto com concentração de 62% avançou 1,6% no porto de Qingdao, para US$ 80,68 a tonelada, segundo a "Metal Bulletin".

Em dezembro até agora, o minério acumula alta de 12%, a mesma proporção que subiu em novembro. No quarto trimestre, o avanço chega a 41%, demonstrando que os balanços das mineradoras virão fortes para esse período quando forem publicados, no ano que vem. Em 2016, o ganho é de 85%.

Marco Tulli Siqueira, gerente de Mesa Bovespa da Coinvalores, diz que o índice deve se manter no patamar atual no fechamento do ano, que acontece amanhã. "Está difícil de rolar operações, sobretudo as estruturadas", afirma, já que grandes tesourarias já encerraram suas apostas para este ano.