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Em dia de feriado nos EUA, dólar, juros e bolsa têm poucas variações

16/01/2017 13h40

O dólar oscila em leve alta frente ao real nesta segunda-feira, cotado na casa de R$ 3,22. A moeda mostra menos força aqui do que no exterior, onde se aprecia perto de 1% contra outras divisas emergentes.

O volume de negócios melhorou, mas ainda assim é dos menores desde 2 de janeiro.

Às 13h16, o dólar comercial subia 0,21%, a R$ 3,2274. O dólar para fevereiro operava praticamente estável, a R$ 3,239.

O desempenho do real já foi pior que o dos seus pares na semana passada, tendo reduzido a alta acumulada no mês de mais de 2% para 0,8%. As expectativas de fluxos de capital oriundos de captações externas ainda amparam o câmbio, mas é crescente a dúvida do mercado sobre o lote de US$ 6,4 bilhões em swaps cambiais tradicionais que vence no começo de fevereiro.

Comenta-se no mercado que, com o dólar perto de R$ 3,20, o BC poderia deixar vencer US$ 2 bilhões desses contratos. Isso teria efeito de compra de dólar nesse mesmo montante.

"Enquanto o Trump não assumir fica difícil pensar que o BC vai sinalizar algo. Tem que ver o comportamento do dólar no mundo e como isso vai afetar o Brasil, para depois se ter alguma ideia se os swaps vão ser rolados ou não", diz o profissional de uma gestora. Donald Trump assume a Presidência dos EUA na próxima sexta-feira (20).

Desde sua eleição, em novembro, os mercados entraram no "Trump trade" - compra de dólar e venda de Treasuries -, devido à expectativa de que o Fed possa elevar mais os juros, na esteira de aumentos de gastos fiscais.

Mas essa confiança sofreu abalo na semana passada quando, em sua primeira coletiva de imprensa como presidente eleito, Trump praticamente ignorou temas econômicos. Nos dias seguintes à coletiva, o dólar chegou a retroceder 3% desde os picos em 14 anos alcançados dias antes frente a uma cesta de divisas.

Juros

Os juros futuros operam em queda nesta segunda-feira, sobretudo os vértices da chamada "barriga da curva", entre 2019 e 2021. A queda das taxas nesse trecho sugere ajuste de posições do mercado à possibilidade de uma Selic mais baixa nesse intervalo, diante da expectativa de inflação controlada e na meta.

O volume de negócios, contudo, é baixo, devido à ausência dos mercados americanos, fechados hoje pelo feriado do Dia de Martin Luther King.

O mercado vai para a ata do Copom, a ser divulgada amanhã (17), projetando 64% de chance de novo corte de 0,75 ponto percentual da Selic em fevereiro. A curva de DI indica Selic de 10% até dezembro. A taxa básica de juros da economia está hoje em 13%.

De forma geral, analistas esperam que o Copom fortaleça os pontos tratados no comunicado da semana passada, com alguma chance de mais detalhes sobre os fatores que influenciam a extensão do ciclo de cortes.

Além da ata, o mercado aguarda o IPCA-15 de janeiro, na quinta-feira. Cálculos do Haitong indicam inflação de 0,38%, patamar que o banco considera "relativamente baixo" para o período.

Às 13h20, DI janeiro de 2018 - que reflete apostas para os movimentos da política monetária ao longo de 2017 - cedia a 11,020% ao ano, contra 11,060% no ajuste anterior.

O DI janeiro de 2021 recuava a 10,760%, ante 10,800% no ajuste de sexta-feira.

Bolsa

O Ibovespa opera nesta segunda-feira sem grandes variações, com ações de mineração e siderurgia em destaque. O índice subia 0,40% às 13h23, cotado em 63.907 pontos. O vencimento de opções sobre ações mais do que compensa a falta de volume em razão do feriado nos Estados Unidos: o giro de toda a bolsa por volta das 13h era de R$ 4,3 bilhões.

As maiores altas estão com Bradespar PN (3,97%), Usiminas PNA (3,96%), Vale PNA (3,48%), Vale ON (3,23%) e Gerdau Metalúrgica PN (2,13%). O minério de ferro em Qingdao, na China, subiu 3,86%, para US$ 83,65, o que ajuda as mineradoras na Europa e tem reflexo positivo nas ações brasileiras. Os investidores aproveitam para recompor preços, já que os papéis caíram na semana passada. Segundo operadores, o Credit Suisse elevou a recomendação para Bradespar, o que ajuda nos ganhos.

Já as maiores quedas mostram correção em relação à alta da semana passada, puxada pela perspectiva de queda maior de juros, e variam ao longo do pregão. Equatorial ON cai 1,27%, Eletrobras ON (-1,21%), Engie ON (-1,13%), Natura ON (-1,07%) e MRV recua 0,95%.

Fora do Ibovespa, as ações de empresas de construção civil seguem em alta. Os papéis do segmento dispararam na semana passada em reação ao corte de juros anunciado pelo Copom. A redução na Selic, de 0,75 ponto percentual, provocou um ajuste nas projeções do mercado, que agora espera taxa de juros a um dígito no final do ano. Companhias que se beneficiam dos juros mais baixos, ligadas à economia local, reagem em alta, dizem operadores.

Prumo Logística ON sobe 2,50%. O movimento acontece em meio à manifestação do controlador da companhia, o fundo americano EIG, sobre as condições para que seja feita uma oferta pública para aquisição de ações (OPA) para fechar o capital da companhia, conforme antecipou o Valor.